A EuroShop é um termómetro das tendências para quem trabalha com o varejo. Na feira, é possível confirmar quais tendências se tornarão reais nos próximos anos, e entender que outras apenas figuram como possibilidades num futuro mais distante. Nem tudo que se fala sobre o futuro do varejo se tornará realidade, e a feira serve como um gigantesco indicador da real disponibilidade de tudo que sonhamos. Como a feira acontece a cada três anos, o evento nos dá um horizonte claro das novidades até 2020, e descobrimos que algumas delas já estão começando a mudar o varejo. Confira as cinco principais novidades da maior feira mundial do varejo.

1. Tech Heart – a tecnologia está cada vez mais presente e implícita nos equipamentos das lojas. O que eram tecnologias experimentais e ações possíveis de integração entre o físico e o digital, começam a se tornar mais comuns. Por exemplo, displays que reconhecem automaticamente o produto exposto e ajustam sua própria comunicação deixou de ser exclusividade de poucos fornecedores para se tornar algo “esperado” em várias soluções. Da mesma forma, contadores eletrônicos de tráfego na loja ajustam sozinhos a sonorização, iluminação, temperatura do ar condicionado entre diversas outras funções de acordo com o fluxo de clientes. Algo que antes, para ser conseguido seria necessário reunir vários fornecedores diferentes, hoje apenas um é capaz de fornecer. A EuroShop demonstra que vários equipamentos de loja já fazem mais do que sua função básica através da tecnologia, principalmente interagir com outras interfaces da loja ou diretamente com o cliente.

2. Eco-Consciência – o uso compatível com a necessidade e a coerência de recursos para construção das lojas parece ser a moda na EuroShop 2017. Materiais rústicos com menos acabamento (cimento e ferro), revestimentos naturais (madeira e fibra) e o uso dos materiais reciclados (plástico, tecido e papel) parecem dominar os novos revestimentos de loja e são a preferência dos designers, inclusive nos estandes da própria feira. Madeiras rusticas de plantio certificado com veios e nós marcantes nunca estiveram tão em alta. O desperdício ou uso em excesso de materiais, principalmente o uso dos revestimentos sintéticos, são evitados até mesmo pelas marcas de alto luxo.

3. Loja Conectada – vários expositores demonstram diversos equipamentos para integrar melhor a loja física com o digital. As soluções vão desde equipamentos simples como, por exemplo, armários para o serviço de “Click & Collect” na qual o cliente pede online e pega o produto na loja, até complexos softwares que integram informações do cliente com ofertas imediatas de produtos durante a jornada de compra na loja. Fica claro que os clientes estão demandando cada vez mais que todos os canais sejam interconectados, independentemente de como os processos são organizados pelos varejistas. A variedade de produtos e tipos de soluções para integrar o físico e o digital são tão amplos, que a sensação ao visitar os estandes da EuroShop é que o online e offline estão se tornando definitivamente interligados.

4. Mais, Muito Mais, Vídeo – a comunicação estática das fotos impressas perde atenção para o movimento dos vídeos. A tecnologia de LED para uso comercial evoluiu expressivamente nos últimos anos e se separa de uma vez por todas dos aparelhos de TV domésticos. Equipamentos comerciais têm durabilidade, resistência e dimensões maiores que as TVs domésticas, mais resolução, acabamento e custo inferior. Os fabricantes perceberam que os equipamentos em ambientes públicos não precisam da mesma definição de imagem e acabamento que os domésticos, mas precisam ser mais duráveis e muito maiores. O potencial de uso de vídeo atraiu investimentos expressivos da indústria e novos equipamentos chegaram ao mercado com custo menor e trazendo a possibilidade de transformar pequenos espaços de loja em grandes telões ou pequenas faixas em imagens de vídeo.

5. Foco na Experiência – a integração físico e digital começa a alterar as funcionalidades e o formato das lojas. Há uma percepção entre vários expositores da feira que, no futuro, as lojas serão menores porque sua função será reduzida em relação a atual. Mais do que pontos de venda, as lojas estão se tornando locais de conexão e experiência com as marcas. Por exemplo, as lojas precisarão de área de vendas menores porque reduzirão a quantidade de produtos expostos e essa é uma das vantagens da integração online. Por consequência, a função da loja não é mais estocar produtos, mas ampliar a experiência com os clientes, então os seus equipamentos, mobiliários, comunicação, percepção sensorial e todos os atributos precisam interagir mais e melhor na experiência de compra. A feira demonstrou que os expositores de produtos, equipamentos olfativos, manequins, displays digitais, sonorização e diversas outras peças da loja estão se tornando muito mais sofisticadas e complexas do que os padrões tradicionais.

A EuroShop evoluiu de uma feira convencional para uma autêntica plataforma de inovação no varejo, mais do que produtos e fornecedores o evento traz a temperatura das tendências. E os números da feira impressionam qualquer profissional do setor: são mais de 2,3 mil expositores de 60 países, 130 mil metros quadrados de exposição distribuídos em 17 pavilhões realmente grandes e mais de 120 mil visitantes em apenas 5 dias de evento. É a maior feira mundial do varejo que acaba de completar 50 anos de existência e acontece na cidade de Düsseldorf na Alemanha. Os assuntos são os mais diversos, e todos gravitam ao redor de soluções para o varejo, tanto físico como online. Esse ano a feira estava organizada com 4 pavilhões enormes de tecnologia, 2 de iluminação, 5 sobre montagem de loja e seus equipamentos, 3 de alimentação, 3 com displays, comunicação no ponto de venda e visual merchandising. Apenas andar para conhecer a feira consome no mínimo 2 dias de qualquer visitante. Nesse ano o evento aconteceu entre 5 e 9 de março, e a próxima EuroShop está agendada para 16 a 20 de fevereiro de 2020. Até lá, vamos vivenciar o que foi demonstrado em 2017.

(Por NoVarejo – Sérgio Barbi) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM