Pelo sexto ano consecutivo, a devolutiva do Retail’s Big Show, realizada em Curitiba com exclusividade pelo Grupo OM Comunicação Integrada em parceria com o portal O Negócio do Varejo, mostrou o apelo e a atualidade da sua temática ao reunir nesta quinta-feira mais de 350 profissionais e executivos do varejo local no Cinemark do Shopping Mueller.

Em pauta, as principais tendências esperadas para o varejo neste ano, observadas na 106ª edição do maior evento do setor do planeta, que aconteceu no começo do ano em Nova York, assinado pela NRF – National Retail Federation.

O público foi ao Cinemark para ouvir um time de peso, todos integrantes da caravana ONDV Special Program New York 2017, que se somou à delegação brasileira presente no evento, totalizando 1.145 pessoas e ficando atrás apenas da delegação do Canadá.

Em Nova York, eles se misturaram aos mais de 35 mil participantes do Retail’s Big Show, visitaram stands entre 510 expositores, ouviram parte dos 310 palestrantes e interagiram com um público vindo de 94 países. Para fechar a programação, um tour pelas mais modernas e inovadoras lojas de varejo da capital do mundo – tudo que foi visto e ouvido lá, foi contado aqui.

O CEO do portal O Negócio do Varejo, Ricardo Guinâncio, deu início à palestra apresentando os principais insights e tendências verificados na feira. Como pontos principais, ele destacou a consolidação da análise de dados do comportamento de consumo como vital para o sucesso de qualquer operação; o reforço ao digital e a necessidade da sua interligação com os demais pontos de venda (uma vez que o consumidor não enxerga mais o canal, e sim a marca como um todo); a consolidação do Omnichannel como realidade para o varejo, pregando a aplicação de uma mesma cartilha em todos os canais de venda.

“Metade de todas as vendas do varejo são influenciadas pelo digital. Assim, é fundamental entregar serviços que removam qualquer atrito nos pontos de contato com o cliente. Esta é a base de sucesso do Omnichannel”, disse.

Também, a busca constante das marcas em oferecer aos clientes experiência e personalização, visto que sucesso atualmente é menos sobre o que se vende e mais sobre como se vende. “A relação do consumidor com a marca é pessoal, por isso é preciso entender como ele quer ser tratado e oferecer esta experiência”.

Por fim, fatores como a globalização, que implica em achar meios de desenvolver globalmente a marca, desde que mantendo-se fiel às suas raízes, sem perder essência e identidade; o uso cada vez mais frequente da robótica nos processos – Guinâncio citou o Tally, robô que analisa em tempo real os dados importantes do comportamento de compra do consumidor, gera informações para gerentes de varejo e assegura que o produto esteja sempre em estoque, na posição correta, em pontos estratégicos e com preço certo – e a importância das pessoas para o varejo. “É visível o chamamento às pessoas, pois nada se faz apenas com tecnologia. É preciso pensar e ter uma equipe de pessoas educadas, informadas e felizes para viabilizar a realidade tecnológica”.

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O coordenador do Núcleo de Varejo da ESPM, Ricardo Pastore, reforçou o discurso ao mencionar que a comunicação entre marca e consumidor passou a demandar uma história. Dessa forma, com uma comunicação baseada em significados, o shopper encontra sentido em sua experiência, que agora exige conhecimento.

“A tendência é as lojas se desenvolverem com layout orgânico e mais intuitivo, onde o gestor assume uma figura de curadoria, porque o cliente já vem com a decisão tomada, isso é um fato”, comentou. “O mercado pede uma inovação disruptiva, ou seja, uma reinvenção do negócio. A enxurrada de dados traz consigo novos insights e possibilita mudanças no modelo de gestão”.

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A chamada nowconomy, economia que pede tudo para agora, deu o tom à fala de Sandra Turchi, sócia-diretora da Digitalents. Segundo ela, das 7 bilhões de pessoas do mundo, 4 bilhões estão conectadas à internet. Destas, mais de 3 bilhões estão conectadas às mídias sociais, representando 43% da população global. No Brasil, números apontam que 98% da população usa as redes sociais, sendo que 97% utilizam a internet como ferramenta de pesquisa de produtos e serviços. “Em um cenário que mostra o tráfego nas lojas físicas caindo 10% ano a ano nos últimos cinco anos, as marcas não podem ficar indiferentes a este movimento”, alertou.

Todos estes números, somados à revolução na comunicação advinda das social medias, e à consolidação dos DNA (Digital Native Audience, ou nativos digitais), exige uma mudança comportamental das marcas em geral. “Os nativos digitais serão a população mais economicamente ativa em 2017, movimentando U$S 200 bilhões em compras. Eles mudaram o mundo dos negócios e, para estar alinhado às suas demandas, o varejo não pode em hipótese alguma atuar como um imigrante digital. As marcas precisam de líderes de alta performance com abertura e fome de conhecimento”, concluiu.

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O evento foi encerrado com a apresentação do presidente da Brainbox, Zeh Henrique Rodrigues, que citou exemplos de lojas visitadas no tour da caravana em Nova York. Entre os cases de sucesso, a novastore da Adidas – com 4,1 mil m², 4 andares e que segue o stadium retail concept –, da T2Tea – que, ao promover uma imersão no universo do chá, abre espaço ao consumo de produtos de outras categorias –, da Sonos – conhecida como a Apple da homemusic, apresenta o conceito da construção da marca já no hall de entrada, um dos comportamentos que devem ser seguidos –, da Pirch – loja focada em banho e cozinha que possui 85% dos seus componentes funcionando e cujo enfoque de problem server busca entender os gaps e resolver efetivamente o problema – e da Cadillac House e da Samsung, ambas com propostas de engajamento com o meio artístico local, oferecendo, além do produto próprio, atrações como música, palestras, teatro e apresentações culturais.

“O consumidor cansa de tudo muito rápido. Fica a lição: ‘ter um produto é fácil, o segredo é focar em resolver o problema e fazer com que o ponto de venda valha a pena ser visitado, com inovação aliada à experiência de consumo”, concluiu.

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(Por O Negócio do Varejo) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM