O Alibaba deu mais um passo em sua tentativa de reestruturar o setor chinês de varejo, que movimenta US$ 4,5 trilhões ao ano, ao oferecer 19,8 bilhões dólares de Hong Kong (US$ 2,6 bilhões) pelo controle de uma importante cadeia de lojas de departamentos, cujo capital a companhia de comércio online pretende fechar.

O Alibaba quer desmantelar a separação entre comércio online e comércio físico. Para isso, usará dados obtidos durante as visitas de consumidores ao seu site e durante as compras para melhorar o layout de lojas e permitir que os consumidores façam pedidos por seus smartphones e depois retirem os produtos nas lojas.

Como parte desses esforços de remoção de distinções, o Alibaba agora está tentando comprar a Intime Retail, operadora de lojas de departamentos e shopping centers com ações cotadas na bolsa de Hong Kong, na qual já tem participação minoritária adquirida em 2014. O Alibaba também detém uma participação minoritária de 20%, adquirida em 2015, na rede de varejo de eletrônicos Sunning, e opera uma “joint venture” com a fabricante de eletrodomésticos Haier.

“Os shopping centers estão sendo cada vez mais esvaziados”, disse Duncan Clark, presidente da consultoria BDA. “Os ventos adversos são fortes, agora, para o varejo tradicional, e por isso essa é uma manobra defensiva [para a Intime]”. Para o Alibaba, ele acrescentou, a lógica da transação “convence bem menos”.

A Alibaba Investment, subsidiária do grupo, cujas ações são negociadas na bolsa de Nova York, anunciou que se unirá ao fundador da Intime, Shen Guo Jun, para comprar e tirar de circulação as ações da empresa que ela ainda não controla, por meio de um esquema negociado.

A oferta representa um ágio de 42,3% ante a última cotação das ações da Intime na bolsa de Hong Kong, 7,03 dólares de Hong Kong, antes que a negociação dos papéis fosse suspensa em 28 de dezembro.

O Alibaba detém 27,8% das ações em circulação da Intime, enquanto Shen detém 9,2%. Sob a transação proposta, o Alibaba se tornaria acionista controlador da Intime, com participação de cerca de 74%.

O Alibaba comprou sua participação inicial na Intime em março de 2014, investindo mais de US$ 600 milhões na aquisição de ações e debêntures.

O acordo atraiu críticas, na época, dada a falta de atrativos das lojas físicas de varejo, tanto na China quanto no resto do mundo. Mas a transação tinha por objetivo estimular as transações online/offline combinadas, ao permitir, por exemplo, que os compradores usassem o sistema de pagamento eletrônico do Alibaba para suas compras nas lojas físicas da Intime. Os clientes Tmall do Alibaba também tinham a opção de comprar produtos da Intime online e retirá-los em uma das lojas.

A Intime opera 29 lojas de departamentos e 17 shopping centers, principalmente em cidades chinesas de grande e médio porte.

O Alibaba afirmou que a transação refletia sua estratégia de transformar o varejo tradicional ao explorar seu “alcance substancial junto aos consumidores” e acesso a dados e tecnologia. “O Alibaba está trabalhando com o varejo offline a fim de transformar a abordagem convencional, criar novas experiências de consumo para os clientes e usar ações que estimulem novas oportunidades, sob o novo modelo de varejo”, afirmou a empresa.

(Por Eletrolar.com) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM