Fazendo compras para uma festa temática, Lindsey Ellefson foi cumprimentada pelo nome na loja de produtos populares perto de sua casa. A amiga dela se divertiu com o fato de que a nova-iorquina de 24 anos tenha se tornado frequentadora daquele palácio das compras com descontos. Ellefson não se importou. “Nós brincamos o tempo todo dizendo que eu compraria nesse tipo de loja independentemente do quanto ganhasse.”
Uma entre milhões de consumidores americanos que prestam muita atenção aos preços, Ellefson adora um bom negócio. A redatora freelance envia mensagens às amigas quando encontra uma loja especialmente boa dessas onde qualquer item custa um dólar. Ela pechincha no caixa da loja, que é administrada de forma independente, quando acha que um produto está caro.
Parte da geração mais endividada e subempregada dos EUA, Ellefson não se envergonha por buscar descontos: “Nunca tive nenhum tipo de vergonha ou estigma – felizmente”.
Ela não é um caso isolado. Esse modelo de varejo criado há mais de um século nos EUA está de volta, e com força. A compra em lojas de um dólar está atraindo consumidores de diversos tipos, incluindo os mais ricos dos EUA.
Famílias com renda anual de mais de US$ 100.000 respondem por 19 por cento dos gastos nas redes nacionais de lojas de um dólar, e 23 por cento vêm de famílias com renda anual de menos de US$ 25.000, segundo relatório de julho da empresa de análise de varejo NPD.
A principal diferença entre o 1 por cento mais rico e os outros 99 por cento da população é a frequência com que vão às lojas de um dólar: os consumidores de baixa renda vão mais frequentemente e gastam mais. Considerando que, na média, uma pessoa empregada da geração Y ganha apenas US$ 34.100 por ano, faz sentido que essa geração gaste mais dinheiro nos produtos baratos oferecidos por redes como Dollar Tree, Dollar General e 99 Cents Only Stores.
As lojas estão compreensivelmente ansiosas para colocar a mão em uma fatia do poder de compra anual de US$ 600 bilhões da geração Y. Embora a Dollar General não tenha dado retorno para comentar o assunto, o CEO da companhia, Todd J. Vasos, disse na conferência de resultados do primeiro trimestre que os consumidores da geração Y respondem por cerca de um quarto da linha de vendas da companhia.
“O consumidor da geração Y é um segmento que eu estava particularmente animado em ver surgir como um consumidor importante para a DG, porque esse segmento é muito importante para o futuro do varejo e da Dollar General”, disse Vasos.
Na 99 Cents Only, rede de lojas de um dólar com base na Costa Oeste do país, os consumidores com 18 a 39 anos representam 36 por cento do total. “Com os jovens da geração Y, não existe estigma por comprar em lojas de um dólar porque eles cresceram em um ambiente diferente do de nossos pais, que cobiçam as coisas”, disse a diretora de marketing da rede, Erin Estelle. “Somos mais econômicos porque temos que ser… não há nenhuma vergonha nisso e a geração Y sabe disso.”
(Por UOL) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM