Diante do bolso mais vazio, o Natal deste ano marcará uma mudança no comportamento do consumidor, de acordo com levantamento realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais. Menos pessoas vão levar em consideração o perfil do presenteado na hora de escolher o produto – 45,9% em 2015 para 27,8% em 2016 – dando mais atenção às promoções e descontos, que passaram de 4,8% no ano passado para 16,7% neste ano.
Com relação ao ponto de venda, novamente o valor do produto é o fator que mais pesa. Mais da metade (51,6%) dos entrevistados escolhe a loja de acordo com o preço dos presentes e 42,7% decidem o local se houver alguma oferta ou promoção interessante (no ano passado representava 20,7%). A preocupação prioritária com o preço dos presentes fez com que outras opções bem rankeadas em 2015 perdessem parte do protagonismo como diversidade de produtos (caiu de 39,6% para 33,3%) e localização (de 38,0% para 17,8%). À frente dessas opções está o atendimento, que cresceu de 18,9% para 29,8%.
Diante da percepção compartilhada por 65,4% dos entrevistados de que os presentes estão mais caros, ganha importância a necessidade de pesquisar preços. Oito em cada dez (85,3%) compradores disseram que farão pesquisas antes de adquirir o presente, prática recorrente em todas os estratos sociais investigados. Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti a pesquisa de preço é uma estratégia eficiente, da qual o consumidor não deve abrir mão. “Com o crescimento da inflação ao longo de 2015 e 2016, houve reajuste de preços em diversos setores. As diferenças de um estabelecimento para outro podem ser consideráveis, o que reforça a importância de fazer uma boa sondagem antes de fechar a compra. Desse modo o consumidor encontra melhores ofertas e faz o dinheiro render mais, podendo presentear um maior número de pessoas ou até mesmo economizar”, explica Marcela.
Com juros elevados e crédito mais restrito, o pagamento à vista será o meio mais utilizado pela maioria dos entrevistados ouvidos (56,9%), seja em dinheiro (que passou de 42,3% para 48,2% em um ano), seja no cartão de débito (8,7%). Por outro lado, praticamente quatro em cada dez (39,4%) entrevistados garantem que vão optar pelo pagamento no cartão de crédito, incluindo a opção do parcelamento (28,2%) ou em única parcela (11,2%). Na média, as compras parceladas serão em divididas em cinco vezes. Isso significa que parte das aquisições feitas durante o período de festas terminará de ser paga entre os meses de abril e maio de 2017, coincidindo com outra data comemorativa, que é o Dia das Mães.
Com queda de quase 10 pontos percentuais na comparação com o ano passado, o shopping center permanece na liderança como o local onde os consumidores vão concentrar a maior parte das suas compras (40,7%). Em segundo lugar aparecem as lojas online, com percentual estável na comparação com 2015 (32,3%), seguidas das lojas de departamento (25,1%) e dos shopping populares, que cresceram na preferência do consumidor, saltando de 14,6% para 23,7% de citações.
Para quem vai fazer compras pela internet, o destaque ficará por conta dos sites de grandes redes varejistas (70,7%), lojas virtuais especializadas na venda de vestuário e calçados (34,7%), sites de classificados e revendas (28,1%) e sites de compras coletivas (16,9%). A procura por sites internacionais caiu de 5,1% para somente 0,1%, neste ano.
De acordo com o estudo, as roupas permanecem na primeira posição do ranking de produtos que os consumidores pretendem comprar para presentear no Natal (60,1%). Os brinquedos (41,6%), calçados (34,7%), perfumes e cosméticos (30,3%), acessórios, como bolsas, cintos e bijouterias (20,7%), smarthphones (17,6%) e livros (17,0%) completam a lista de produtos mais procurados para a data. Na comparação entre rendas, as pessoas da classe C tendem a dar presentes mais caros aos filhos (25,3%), enquanto os consumidores das classes A e B (27,8%) presenteiam mais as esposas e maridos com o presente de valor mais elevado.
(Por Eletrolar.com) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM