Diante do cenário desafiador que o Brasil atravessa, conhecer as tendências do mercado ajuda o varejista a caminhar na direção certa, com menos riscos. Para mapear as tendências sobre o impacto da tecnologia no setor e nas experiências de compra dos brasileiros, em diferentes segmentos, canais e formatos de pontos de venda, a Croma Marketing Solutions, empresa especializada em soluções de marketing e negócios, realizou um estudo, que abrange sete das principais capitais brasileiras.
Segundo o levantamento, 60,4% dos brasileiros pretendem realizar suas compras com tecnologias de autoatendimento nos próximos três anos. De acordo com Edmar Bulla, CEO da Croma Marketing Solutions, esta predisposição é um dos principais fatores da análise entre as macrotendências para o varejo mapeadas até 2019. “Além da opção da compra online e da retirada na loja física, o varejo self-service vai primar pela conveniência e experiência autoral de compra”, explica. “Check-out automático e personalização de layout são alguns viabilizadores dessa tendência”, completa Bulla.
O estudo mostra também que para mais de 50% dos entrevistados, as tecnologias serão úteis no momento da compra: aplicativos (58%), autoatendimento (56%), novos meios de pagamento (57%) e visualização 3D (44%). Além disso, 46% dos compradores pretendem experimentar a visualização 3D, 39% a realidade virtual, 30% novos meios de pagamentos, 28% telas interativas e 26% personalização.
De acordo com Bulla, os varejistas que se adequarem às demandas do shopper, mais rapidamente, ganharão eficiência e alcançarão melhores resultados. “O omnichannel, quando comparado a uma expansão física, é uma forma barata de ampliar negócios e está 100% pautado em experiências, algo que os compradores priorizam”, reforça o executivo.
Outro fator apresentado na pesquisa se refere às familiaridades dos compradores com tais tecnologias: 54% dos entrevistados conhecem e usaram mais de três vezes os aplicativos, 45% autoatendimento, 43% tutoriais, 34% telas interativas, e 31% meios de pagamento tecnológicos e personalização.
Baseando-se nos resultados da pesquisa e no fato de as próximas massas ativas de consumo serem conectadas, Bulla afirma que para atender a esse público, serão necessárias adaptações para a reinvenção do varejo. “É imprescindível que as empresas se atentem mais às ocasiões de compra do que apenas inovar pensando em ocasiões de consumo. O trade está defasado em soluções para o shopper”, afirma. Segundo ele, o estudo mostra que será necessário investimento em estratégias de big data, CRM e neurociência cognitiva para mapear o comportamento do comprador.
Outra tendência apurada pelo estudo é “Não é Só o Front End”, que sugere aos varejistas uma reinvenção do modelo de operação e gestão para adaptarem-se às expectativas dos shoppers. “A interação dos canais precisa ir além do ponto de venda. As soluções tecnológicas devem ser pautadas em agilidade, integração e usabilidade”, enfatiza Bulla. Para ele, as ferramentas tecnológicas são facilitadoras que otimizam o processo de compra, o pagamento e a logística, para satisfazer os novos hábitos de compras dos clientes.
De acordo com o levantamento, a figura do vendedor deve dar lugar à do consultor. “As próximas gerações de consumo são mais autossuficientes e preferem comprar quando e onde for mais conveniente, sem necessariamente a presença de um atendente por perto. Isso impulsionará o conceito omnichannel, o qual demanda ainda muitas mudanças na operação”, descreve o executivo.
Em razão da crescente conectividade do público, o mobile estará ainda mais em alta nos próximos anos. Segundo o executivo, este será o único recurso capaz de unir o varejo físico com o online. “Por meio de dados e smartphones é possível utilizar informações para gerar personalização e até precificação dinâmica, com promoções em todos os canais e em tempo real”, comenta Bulla. Com o surgimento das fintechs e soluções mais seguras para o comprador, os meios de pagamento também devem merecer atenção por parte dos varejistas. No levantamento consta que 49% dos consumidores pretendem utilizar novas formas de pagamentos, dispensando cartões ou dinheiro físico.
Para Edmar Bulla, dado o caráter volátil do comportamento humano e a capacidade de transformação e inovação da tecnologia, cabe ao varejo e à indústria o contínuo monitoramento de hábitos e atitudes do shopper na busca por soluções capazes de gerar diferenciação e a sustentabilidade do negócio. “O estudo mostra que o varejo brasileiro precisa se reinventar para atender as exigências dos compradores. Uma compra útil, vantajosa e que entretenha são caminhos para conectar o comportamento de compra com a tecnologia”, finaliza o executivo.
(Por NoVarejo – ) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM