A Serasa Experian mensurou o desempenho de vendas na semana do Dia das Mães e verificou que o desempenho da data deste ano foi o pior desde que o indicador foi criado, em 2003. O recuo foi de 8,4% entre os dias 4 a 10 de maio e reflete, como tantos outros indicadores, uma desconfiança dos consumidores em comprar, mesmo em datas com apelo mais emocional.
“Tivemos uma Páscoa e Dia das Mães de queda e o cenário não deve ser diferente para o Dia dos Namorados”, afirma Luiz Rabi, economista da Serasa Experian. “Estamos em um período de retração do consumo das famílias, com alta do desemprego, inflação ainda alta e dificuldades em financiamentos”, explica o economista.
Segundo a pesquisa, no final de semana do Dia das Mães (06 a 08 de maio), houve queda de 9,5% em todo o País, na comparação com o final de semana equivalente ao do ano anterior (08 a 10 de maio). Na cidade de São Paulo, as vendas realizadas na semana do Dia das Mães caíram 8,2% e no final de semana da data, o recuo foi de 10,6%.
Como segunda data mais importante para o varejo, o Dia das Mães acaba sendo um termômetro do desempenho do setor ao longo do ano. E a queda histórica reflete mais um ano difícil. “Sem dúvida o varejo vai cair de novo, muito por conta do primeiro semestre”, explica Rabi.
Ele avalia que o segundo semestre seguirá com indicadores negativos, mas pode haver uma desaceleração das quedas. “A inflação, mesmo alta, está caindo aos poucos. Fechamos o acumulado de 2015 com quase 11%. Nos últimos 12 meses agora a inflação está na casa dos 9%. Além disso, há uma indicação de que pode haver uma redução da txa de juros – tudo isso pode ter efeitos positivos em termos de confiança do consumidor, mas não é nada que vai reverter as quedas”, avalia.
Diante dessa situação, o economista explica que o varejista seguirá investindo menos, principalmente em estoque. “Ele está mais preocupado em cuidar da eficiencia – essa é a tonica. Este ano, as empresas vão trabalhar com estoques mais ajustados e investir em tecnologia”, avalia.
(Por NoVarejo – Escrito por Camila Mendonça) varejo, núcleo do varejo, retail lab, ESPM