A ABF anunciou nesta quarta-feira, 10, os resultados da Pesquisa Setorial das Redes de Franquias de Alimentação 2014. A divulgação do estudo ocorreu durante o 9º Seminário Setorial de Food Service ABF e Pós-NRA 2015. O evento reuniu cerca de 200 participantes no Centro de Capacitação e Eventos da entidade em São Paulo.
O levantamento constata que o segmento Alimentação do franchising mostra ser bastante consistente num momento em que o mercado vive um período de retração econômica.
Segundo o balanço anual do franchising em 2014, o segmento Alimentação faturou R$ 25,635 milhões, o equivalente a 20,1% da receita total do setor, que atingiu R$ 128 bilhões. Em unidades franqueadas, o segmento contabilizou 21.720 pontos de venda (PDVs) no ano passado.
Encomendado pela ABF e realizado pela ECD Food Service, a Pesquisa Setorial aponta um crescimento considerável do segmento. Num universo de 260 redes associadas, com receita da ordem de R$ 21,692 milhões no ano passado, 73 marcas respondentes somaram um faturamento de R$ 13,575 milhões. A amostra pesquisada representa, portanto, 62,85% da receita total de franquias associadas e 9.134 unidades, ou 48,68%, de um total de 18.763 PDVs do segmento associado.
O levantamento indicou ainda que o ticket médio variou positivamente 4,9%. Indicando otimismo, as redes pesquisadas têm uma expectativa de crescimento de 10% para o segmento em 2015. A projeção está alinhada com os dados de crescimento do setor no 1º trimestre deste ano. Na recente pesquisa divulgada pela ABF, o franchising cresceu 9,2% no período.
O segmento continua sendo um dos que mais emprega no sistema de franquias. As redes de food service responderam por 158.034 postos de trabalho criados, o equivalente a cerca de 2% dos mais de 1 milhão de empregos diretos gerados pelo franchising em 2014, setor que cresceu no ano passado 7,7% e alcançou um faturamento da ordem de R$ 128 bilhões, de acordo com o balanço anual feito pela ABF. O levantamento apontou ainda que Alimentação permanece sendo um dos mais expressivos e consolidados segmentos do franchising e, isoladamente, é o principal em receita, com maior fatia na composição do faturamento total.
“A pesquisa mostra que o food service é um setor âncora, que cresce mais do que o próprio franchising e percebe primeiro a mudança de comportamento do consumidor e, por ter grande preparo, reage de forma mais rápida”, afirma Claudio Tieghi, diretor de Inteligência de Mercado, Relacionamento e Sustentabilidade da ABF.
De acordo com o estudo, tradicionais subsegmentos de food service mantiveram um bom desempenho de 2013 para 2014, demonstrando a consistência do setor de forma geral. É o caso de comida variada, cuja taxa de crescimento no período subiu de 12% para 24%, e pizzaria, de 22% para 23%.
Para João Baptista Junior, coordenador do Comitê de Alimentação da ABF, “ano a ano o estudo setorial reflete a maturidade das franquias de alimentação, que traduzem um novo conceito de alimentação fora e dentro do lar, envolvendo novos hábitos do brasileiro e questões como qualidade e saudabilidade no food service. Se alimentar fora de casa é um hábito do consumidor brasileiro que cresce a cada ano e as empresas do setor acompanham a demanda atual que é por uma alimentação mais saudável e a busca da referência da alimentação de casa”, completa Baptista.
A pesquisa na íntegra é oferecida pela ABF exclusivamente às redes respondentes. De acordo com Enzo Donna, diretor da ECD Food Service, “cada vez mais a inteligência e a informação disponibilizadas para operadores de marcas ganham importância, especialmente num cenário de retração econômica, em que os gestores precisam analisar o máximo de dados possível para traçar novos caminhos e estratégias que melhorem a performance de seus negócios”.
Água e energia
A pesquisa Food Service 2015 traz novidades. Com a atenção da sociedade como um todo voltada à redução do consumo de água e energia, diante da crise hídrica e dos aumentos dos custos no fornecimento desses serviços, o estudo inclui neste ano dados referentes a esses itens.
Nos 12 subsegmentos analisados pelo estudo, o custo médio da conta de água representa 1,02% do faturamento do ponto de venda (PDV). Já o gasto com energia elétrica atinge em média 3,28% da receita da unidade e o consumo de gás, a média de 1,24% do faturamento das marcas pesquisadas.
De acordo com os respondentes, o custo total da mercadoria vendida (CMV) médio foi de 34% no ano passado. Já os custos com mão de obra, tais como salários, encargos e benefícios, representaram 19% do faturamento das redes.
Sustentabilidade, tendências e desafios
No que diz respeito às políticas de sustentabilidade, 81% das marcas pesquisadas declaram adotar ações que atenuam o impacto ambiental de suas atividades. Dessas, 69% praticam o consumo consciente de insumos. Já entre os desafios para as redes está a ampliação do uso de embalagens ecológicas, adotadas por apenas 5% das redes.
Entre as tendências no food service, a pesquisa indica um crescente consumo de alimentos da linha natural. O cardápio com alimentos integrais (23%), orgânicos (18%), dietéticos (11%) e naturais (5%) representa 57% dos pratos das marcas respondentes, contra 48% de alimentos processados que compõem o cardápio.
Metodologia
A Pesquisa Setorial das Redes de Franquias de Alimentação 2015 envolveu uma amostra representativa do segmento de food service: foram 73 marcas, 28,08% de representação da base associada, com 9.134 lojas (48,68% do total de associados) e faturamento de R$ 13,575 milhões. O valor corresponde a 62,85% da receita das 260 franquias associadas do segmento Alimentação em 2014, que totalizou R$ 21,692 milhões.
A edição 2015 do levantamento incorporou novos segmentos e dados. “Criamos uma nova segmentação por tipo de culinária e novos dados foram apurados para que tenhamos a partir deste ano o início de uma nova série histórica”, conclui o diretor Claudio Tieghi.
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