A Cia. Hering informou hoje, em teleconferência para investidores e analistas de mercado, que vai manter o plano de investir ao longo do ano em torno de R$ 100 milhões, mantendo o mesmo nível de 2014.
“Este é o ano de pico de investimentos para a companhia, devido à construção da nova unidade em Goiás e de um desembolso importante em automatização do centro de distribuição. A partir de 2016, o investimento deve voltar a níveis mais baixos”, afirmou Frederico Oldani, diretor financeiro e de relações com investidores da Cia. Hering.
Em relação à abertura de lojas, o executivo disse que a companhia não tem uma previsão formal, mas que espera encerrar o ano com alguma abertura líquida. “Não queremos nos comprometer com o número. Este é um momento que exige mais cautela na abertura de lojas”, afirmou Oldani. No ano passado, a companhia já havia reduzido a meta de abertura de lojas de 100 para 75, devido à deterioração do cenário macroeconômico e de dificuldades internas para retomar o crescimento das margens de lucro.
No segundo trimestre do ano, no entanto, a companhia como um todo abriu sei lojas e fechou outras cinco, encerrando o período com 826 unidades entre Hering Store, Hering For You, PUC e Hering Kids.
Oldani disse que algumas lojas foram fechadas por desempenho fraco, mas houve casos de realocação de pontos de venda. “Uma das lojas foi fechada em Sorocaba [SP] porque o shopping center fechou, outra unidade foi realocada e já entrou em operação de novo em julho”, disse o executivo.
Oldani afirmou que a companhia ainda deve fechar outras unidades até o fim do ano, mas serão ajustes pontuais e em magnitude “pouco importante”. “Na rede PUC talvez haja um risco um pouco maior de fechamento de unidades, mas nada que altere muito a composição da rede existente hoje”, afirmou.
Câmbio
A empresa informou que tem trabalhado na redução de importados e na melhor gestão do abastecimento das lojas para melhorar as margens de lucro da companhia no futuro. Mesmo assim, a fabricante e varejista de moda ainda deve apresentar retração nas margens de lucro no terceiro trimestre.
“O câmbio tem colocado desafios para o abastecimento, mas não é o ponto que mais prejudica a margem. A margem de lucro é mais prejudicada pela sobra de coleções passadas”, afirmou o diretor Frederico Oldani.
Oldani disse que a empresa vai substituir parte dos produtos importados por fabricação própria no Brasil. A empresa, no entanto, não abre qual seria esse volume de substituição de importações. O executivo disse apenas que algumas linhas terão uma redução importante no peso de itens importados no mix de produtos.
Oldani também disse que a empresa fez operações de proteção à variação cambial (hedge) para até o primeiro trimestre do próximo ano e que essas operações devem cobrir uma parte das coleções de 2016. “Como tem havido muita variação no câmbio, a empresa precisa trabalhar com mais inteligência na definição de preços desses itens nas lojas”, disse.
A companhia também informou que fez muitas promoções no segundo trimestre para reduzir o nível de estoques, o que ajudou a provocar a queda de 20,1% no lucro líquido no período. Para o terceiro trimestre, a empresa também planeja fazer mais promoções em relação ao ano passado para dar continuidade ao seu plano de reduzir estoques. “A estimativa é terminar de limpar o excesso de estoques até o fim de outubro, para ter as lojas bem abastecidas com a coleção de alto verão”, disse Oldani.
Como resultado, a companhia espera para o terceiro trimestre margens de lucro mais baixas em relação ao terceiro trimestre de 2014. “Se a queda na margem vai ser maior ou menor do que no segundo trimestre, vai depender do desempenho de vendas, mas certamente haverá ainda contração no terceiro trimestre”, disse o executivo.
(Por Valor Econômico) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM