A Raia Drogasil adquiriu, por R$ 24 milhões, o controle da empresa de varejo de medicamentos de especialidade, 4-Bio, do empresário André Kina.
A operação envolveu a compra de 55% da empresa, com opção de adquirir os outros 45% a partir de janeiro de 2021. A 4-Bio é a segunda maior empresa deste segmento, (atrás da Oncoprod) segundo ranking da IMS, e buscava compradores desde o fim de 2014. A BF Finance assessorou os vendedores.
“É uma compra estratégica porque complementa nossa atuação. E não há sobreposição de produtos, já que eles vendem itens que praticamente não temos nas lojas”, disse Eugênio De Zagottis, vice-presidente de relações com investidores da Raia Drogasil. Questionado sobre se a 4-Bio estava no prejuízo, Zagottis diz apenas que a expectativa neste ano é que consiga fechar com lucro de R$ 5,5 milhões.
A 4-Bio vende produtos para tratamento oncológico, reprodução assistida e imunobiológicos, por exemplo, com comércio on-line e pelo tele-vendas. Tem um único ponto localizado na sede da empresa, em São Paulo. É possível que a Raia Drogasil abra algumas lojas para a venda de produtos da 4-Bio. “Temos uma loja em Moema [bairro em São Paulo] com uma área que pode ser locada na parte de cima [da farmácia]. Ali, por exemplo, caberia algo”, disse ele.
Do valor total, a Raia Drogasil deverá pagar ao fundador R$ 11 milhões – 50% em dinheiro e 50% em ações da empresa mantidas em tesouraria. Os outros R$ 13 milhões devem ir para o caixa da empresa, reduzindo a dívida líquida da 4-Bio, atualmente em R$ 13,3 milhões. O fundador deve se manter na gestão pelo menos por cinco anos.
A 4-Bio faturou R$ 126 milhões em 2014, e R$ 80 milhões até junho, alta de 40% sobre mesmo período do ano anterior.
Segundo Zagottis, os produtos têm alto valor, mas margem bruta baixa, e o diferencial da atuação pode estar no serviço oferecido ao cliente. Segundo ele, a aquisição era algo que iria acontecer de qualquer forma, “entre 5 a 10 anos” e a empresa acabou aproveitando a chance de analisar o negócio.
Ontem, a Raia Drogasil divulgou aumento de 74,2% no lucro líquido (não ajustado), que alcançou R$ 108,2 milhões, com receita atingindo aumento de 22,7%, para R$ 2,18 bilhões. As vendas de lojas com mais de um ano de operação subiram 14,7%.
(Por Valor Econômico) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM