De acordo com pesquisa feita com 3.500 pessoas no fim de março pelo instituto Data Popular, 32% dos consumidores de classe C que fizeram compras nos 30 dias anteriores ao levantamento foram a lojas de atacado ou distribuidores com amigos ou vizinhos para economizar na compra coletiva.
“Esse costume de fazer compras junto para obter preço mais barato sempre existiu na classe média e é típico de tempos de maior aperto. Mas o patamar atual é muito alto”, diz Renato Meirelles, presidente do Data Popular. Pesquisas de 2010, coletadas em amostra de regiões metropolitanas, mostravam que só 12% dos entrevistados recorriam à compra coletiva.
Em tempos de crise, a ordem é cortar. Ainda segundo o Data Popular, quase 50% dos consumidores dizem que deixam de comprar algum tipo de bebida alcoólica quando o orçamento aperta. “Geralmente ocorre a troca da bebida mais cara, como cerveja, por cachaça”, diz ele. Outros 44% deixam de lado o consumo de roupas.
Segundo outro relatório, do instituto Nielsen, que audita 50 milhões de lares, 64% dos brasileiros dizem que, para poupar, reduziram o lazer fora do lar em 2014.
Para Rodrigo Mariano, economista da Apas (Associação Paulista de Supermercados), a queda nas idas a cinema, teatro, restaurantes e passeios em geral fez o consumidor se voltar para dentro de casa. “Ele deixa de ir ao bar, mas compra cerveja e queijos no mercado para consumir em casa. O gasto com alimentação fora do lar caiu 13% em 2014”, diz Mariano.
A Nielsen mensurou queda de 4,7% no número de visitas aos mercado, porém alta do tíquete médio em 5,6% a cada visita. O hábito de estocar é típico de momentos inflacionários. Pesquisa do instituto aponta também que a inflação saiu do 10º lugar em 2012 para 2º lugar em 2014 no ranking de principais preocupações do brasileiro.
(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM