Impedida de fazer propaganda relacionada à Copa do Mundo e de vender seus produtos nos estádios, a Itaipava aposta no corpo a corpo com os consumidores para driblar a exclusividade da líder Ambev.Se o consumo de cervejas no Brasil neste ano fosse um campeonato de pontos corridos, a Ambev poderia ser considerada campeã por antecipação. Com participação de mercado próxima a 70%, graças às tradicionais Brahma e Skol, a cervejaria está muito à frente de suas principais rivais e acumula vantagens, como a exclusividade para seus produtos nos estádios que sediarão a Copa do Mundo de futebol. Isso não significa que a competição será um passeio. Correndo pelas beiradas, o Grupo Petrópolis, dono das marcas Itaipava e Crystal e vice-líder no setor, com 11% do total das vendas, não quer perder a líder de vista.
Para isso, vai reforçar sua presença no Nordeste e investir no corpo a corpo com os consumidores durante o campeonato mundial. “Estaremos mais próximos de nossos clientes em supermercados, bares e restaurantes e até na praia, onde está 90% do consumo de cerveja” afirma Douglas Costa, diretor de mercado do Grupo Petrópolis.
O otimismo da Petrópolis com a Copa se justifica. De acordo com estudos da consultoria Nielsen, o consumo de cerveja deve dobrar durante os meses de junho e julho. Na Copa de 2010, na África do Sul, o consumo praticamente triplicou nas cidades que recebiam os jogos. Para a indústria cervejeira, trata-se de uma oportunidade única para reverter o resultado negativo do ano passado, quando a produção da bebida caiu 2,5%. “Mesmo sendo algo inédito, difícil de se mensurar, estimamos que recuperaremos o volume perdido”, afirma Paulo Petroni, diretor da CervBrasil, associação que representa o setor. A expectativa, de acordo com a entidade, é que a produção no mês da Copa seja 40% maior do que a média do período.
Em 2014, a meta da Petrópolis, turbinada pelo consumo durante a Copa, é aumentar a receita em 15%. Para isso, não faltarão investimentos. Mais de R$ 2 bilhões foram separados pela companhia para o biênio 2013/2014. A maior parte do dinheiro será direcionada para ações de mercado e ampliação da produção no Nordeste do País. A recém-inaugurada fábrica em Alagoinhas, na Bahia, com capacidade para produzir seis milhões de hectolitros de cerveja por ano, recebeu R$ 500 milhões em investimentos.
Outros R$ 600 milhões foram destinados para a unidade de Itapissuma, em Pernambuco, que terá a capacidade semelhante à de Alagoinhas e será inaugurada daqui a três meses.
[Fonte: SM]Varejo, Núcleo de Estudos do Varejo, Núcleo de Estudos e Negócios , Retail Lab