A Coop (Cooperativa de Consumo), cuja matriz fica em Santo André, demitiu 186 funcionários que atuavam em unidades do Grande ABC, e mais 34 colaboradores das lojas do interior paulista, totalizando 220 pessoas. O montante também soma os demitidos do centro administrativo localizado no município.O presidente da rede supermercadista, Marcio Valle, explicou à equipe do Diário que a cooperativa passou por uma reestruturação, e que foi necessário demitir alguns dos seus 5.700 colaboradores. “A Coop fechou 2013 com resultados muito bons. Para se ter ideia, crescemos 12% sem descontar a inflação, o que equivale a 6% de aumento real diante de 2012. Justamente por termos saúde financeira achamos por bem readequar a equipe. É melhor que isso seja feito hoje do que em um ano ruim.”

Valle afirmou que, em sua maioria, as pessoas dispensadas ocupavam o cargo de encarregadas, ou seja, de chefes de seções, como bazar e mercearia. “Tínhamos o dobro de profissionais na mesma função e notamos que era possível ter um quadro menor, de modo que podemos otimizar os processos internos. É claro que sentimos, mas era preciso.”

Em contrapartida, a Coop se comprometeu a pagar assistência médica nos próximos seis meses; a realizar a contribuição individual do INSS para aqueles que irão se aposentar no prazo de dois anos (a convenção coletiva da categoria prevê apenas para
aqueles cujo prazo é de seis meses), além do resgate integral do valor pago no plano de previdência privada, independentemente do tempo de recolhimento (a Coop arca com 50% da contribuição).

“Estamos acompanhando todo o processo de homologação e, é claro, vamos ajudar essas pessoas a voltarem ao mercado de trabalho. Isso não é uma notícia boa, mas a empresa está cumprindo com seu papel”, disse o vice-presidente do Sindicato dos Comerciários do ABC, Lourival Cristino. “Vamos tentar estender o pagamento de plano de saúde por um ano.”

A equipe do Diário foi comunicada em primeira mão por funcionários que foram demitidos. Em contato com uma delas, que não quis se identificar, o sentimento é de tristeza, já que fazia carreira na rede há 25 anos. “Batemos a meta no fim do ano, é uma boa empresa, sempre gostei detrabalhar lá. Por isso sinto esse vazio. Não entendi o porquê”, questionou ela, que disse que fará de tudo para voltar ao mercado e se aposentar daqui três anos.

 

(Fonte: DgabcVarejo, Núcleo de Estudos do Varejo, Núcleo de Estudos e Negócios , Retail Lab