A empresa de investimentos do empresário Abilio Diniz anunciou na noite de ontem uma reestruturação societária que separou a participação de Abilio no Grupo Pão de Açúcar das participações que seus familiares têm na empresa, informou em comunicado ao mercado.

Pelo definido, as fatias de Abilio Diniz, Ana Maria Diniz, João Paulo Diniz, Pedro Paulo Diniz, Adriana Falleiros Diniz, Rafaela Diniz e Miguel Diniz, que tinham na Península foram canceladas e restituídas por meio de transferência em ações preferenciais do GPA.

Com essa migração, a participação de Abilio Diniz no GPA em ações preferenciais (sem direito a voto), separada dos demais, equivale hoje a 7,91 milhões de papéis, representando, portanto, 40,8% da fatia total da família no GPA. Os outros integrantes ficaram com pouco mais de 1,9 milhão de PNs cada um. Todos os membros da família são donos de 19,37 milhões de preferenciais.

Não há mudanças na participação dos Diniz no GPA, mantendo fatia de 8,8%, equivalente a R$ 1,83 bilhão, com base na cotação das PNs ontem, segundo o comunicado. A participação de Abilio Diniz em preferenciais, com base nessa cotação, equivale a R$ 749,14 milhões.

Desde outubro de 2013, a Península passou a ser titular de 19,37 milhões de ações preferenciais de emissão o GPA. Isso porque naquele período, Abilio Diniz e Casino, controlador do GPA, assinaram novo acordo que levou à saída de Abilio do conselho de administração da companhia e também a uma troca de ações.

Na época, a Península transferiu ao Casino ações da Wilkes Participações, holding do GPA,  recebendo em troca ações preferenciais de emissão do GPA. Nessa troca, a família Diniz passou a ser dona dessas 19,37 milhões de PNs do GPA.

Nos últimos dias, cresceram os rumores de que Abilio Diniz poderia vender a sua participação em GPA no mercado ou para fundos de investimento e, com os recursos, comprar fatia minoritária do Carrefour no Brasil por meio de uma colocação privada (“private placement”).

Abilio, por meio de sua assessoria, nega “veementemente” que vá se tornar sócio do Carrefour. Uma venda de papéis do empresário em altos volumes poderia mexer com o preço do papel, puxando a cotação para baixo. E uma operação ainda teria que levá-lo a vender suas lojas alugadas hoje ao Casino, dono do GPA.

 

[Fonte: Valor]

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