As vendas no varejo brasileiro caíram 0,1 por cento em março ante fevereiro, um pouco melhor do que o esperado mas ainda afetadas pelo setor de supermercados, fechando o primeiro trimestre com queda de 0,2 por cento sobre o período imediatamente anterior.
Trata-se da primeira contração trimestral na margem desde o quarto trimestre de 2008, quando houve queda de 0,5 por cento. Na comparação com março de 2012, as vendas subiram 4,5 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.
Analistas ouvidos pela Reuters previam que o volume de vendas cairia 0,3 por cento ante fevereiro na mediana das projeções de 33 economistas. As estimativas variaram de alta de 1,2 por cento a queda de 1,5 por cento.
Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a expectativa era de aumento de 3,8 por cento na mediana das estimativas de 29 economistas, com as projeções variando de 2,20 a 7,0 por cento.
As vendas no varejo brasileiro mostraram fraqueza pelo segundo mês seguido, em meio a renovados sinais de resistência da inflação, e desaceleraram em relação ao quatro trimestre, quando houve alta de 0,8 por cento sobre o período imediatamente anterior.
Segundo o IBGE, o setor de Hipermercados, supermercados e produtos alimentícios registrou queda mensal de 2,1 por cento em março, pior do que a contração de 1,4 por cento vista em fevereiro, quando a resistente pressão sobre a inflação afetou o consumo.
O resultado de março só perde para o de fevereiro de 2008, quando as vendas nesse setor recuaram 2,2 por cento, segundo o IBGE.
Na ponta oposta, o setor de Tecidos, vestuário e calçados mostrou a maior alta mensal em março, de 3,9 por cento, seguido por Combustíveis e lubrificantes, com alta de 2,4 por cento.
Em março, a receita nominal subiu 0,8 por cento ante fevereiro, com alta de 13,5 por cento na comparação anual.
O nível elevado de inflação já havia afetado o comércio varejista em fevereiro, setor que vinha sendo um dos poucos pontos positivos da economia porque a renda e o emprego em alta incentivavam o consumo.
A resistência dos preços em níveis elevados ainda continua. Em abril, o IPCA acelerou a 0,55 por cento, reduzindo as vendas nos supermercados e diminuindo o poder de compra de modo geral.
O IBGE também revisou os dados das vendas de fevereiro ante janeiro, passando de queda de 0,4 de por cento para retração de 0,5 por cento.
Varejo ampliado
No comércio varejista ampliado –que inclui o setor automotivo e material de construção– as vendas registraram avanço de 0,2 por cento em março ante fevereiro. Na comparação anual, houve aumento de 3 por cento.
A confiança do consumidor já havia indicado fraqueza do setor. Embora tenha parado de cair, o indicador da Fundação Getulio Vargas permaneceu em abril no menor nível dos últimos três menos, justamente devido aos temores com a inflação.
(Por Exame) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo