A Black Friday brasileira, uma versão do dia do desconto americano feita por lojas nacionais na internet, apresentou problemas que provocaram uma série de queixas na manhã desta sexta-feira. As mais comuns dizem respeito a descontos “maquiados”, de produtos que tiveram valores inflados na última hora para depois serem anunciados “em promoção”. Além disso, sites fora do ar e preços pouco atrativos quando comparados com as megapromoções dos EUA também provocaram reclamações.
Desde o início da promoção, na virada de quinta para sexta-feira, o site do Busca Descontos tem problemas de navegação ou está fora do ar . O Busca Descontos é o organizador e uma espécie de agregador de todas as promoções do Black Fiday brasileiro. O sistema continua apresentando problemas nesta manhã. “Sites sem estruturas para receber a promoção, espero que o Procon intervenha o quanto antes”, diz um internauta no perfil do Busca Descontos no Facebook. “Site nem abre, piada esse Black Friday. Cade o MP?”, escreve outro.
Segundo o Busca Descontos, o problema ocorreu devido ao grande número de acessos, que prejudicou o funcionamento do servidor. Houve picos de 75 mil acessos simultâneos e, na primeira hora, a média de usuários superou em sete vezes os dados da Black Friday do ano passado, informa a assessoria do site. Os responsáveis afirmam que a situação já é normal no final desta manhã.
Mas a queixa mais contundente diz respeito a descontos maquiados. Alguns produtos anunciados como “com desconto” tinham o mesmo preço há algumas semanas, porém os valores teriam sido inflados nos últimos dias para dar a impressão de que agora estão em promoção. A assessoria do Busca Descontos informa que Pedro Eugênio, dono do site organizador, ficou bastante chateado com o fato e retirou “diversas ofertas” do ar, sem precisar o número. O site informa que esse tipo de prática é de responsabilidade das varejistas participantes.
“Black Friday: gaste dinheiro que você não tem, no que você não precisa, com um desconto que não existe”, dizia um usuário do Twitter. “Black Friday: tudo pela metade do dobro”, ironizava outro.
Além disso, muitos internautas reclamavam que os descontos eram pequenos, não comparáveis aos preços agressivos da queima de estoque americana. Uma navegada rápida pelo Busca Descontos mostra que a redução dos preços fica quase sempre entre 20% e 30%, e não os 75% ou até 90% prometidos pelas varejistas .
No perfil do agregador no Facebook, usuários postam mensagens como “o produto que eu queria está com os mesmo valor, não tem desconto algum, isso é uma ilusão”, “essas promoções são um engodo” e “ainda não sabem fazer isso [o Black Friday] aqui no Brasil”.
(Por IG) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo