As vendas no e-commerce foram de R$ 2,6 bilhões na Black Friday 2018, alta de 23% em relação a 2017, aponta a Ebit|Nielsen. O número de pedidos cresceu 13%, para 4,27 milhões, enquanto o tíquete médio expandiu 8% para R$608. O número de consumidores únicos (que fez ao menos uma compra online) cresceu 9% em relação ao ano anterior, para 2,41 milhões.
O número superou a expectativa da Ebit|Nielsen, que previa alta de 15% no faturamento para R$ 2,43 bilhões e de 6,4% no número de pedidos, chegando a 3,76 milhões de pedidos. O valor do tíquete médio ficou em linha com o que estava previsto. Os dados incluem as vendas realizadas na quinta-feira, véspera do evento.
De acordo com Ana Szasz, líder comercial para Ebit|Nielsen, vários motivos explicam o sucesso de 2018. O primeiro deles foi o faturamento da quinta-feira (22), de R$608,7 milhões, com mais de 1,18 milhões de pedidos. “A véspera foi acima da expectativa do mercado, o que mostra que o consumidor já entendeu que a quinta-feira à noite já é Black Friday”, disse. Entre as categorias que se destacaram, estão perfumaria e cosméticos, que ano passado ainda era muito dependente da venda de perfumes, e outros grupos de produtos como cuidados com o cabelo, cuidados com o corpo, desodorantes e dermocosméticos, que vêm ganhando também importância no e-commerce.
A sexta-feira (23), por sua vez, foi dominada pelos produtos de tíquete médio mais elevado, como smartphones, itens de linha branca e TVs. O diferencial desta vez, explica Ana Szasz, é que o ritmo de vendas foi constante durante o dia, e aumentou consideravelmente à noite, quando comparado com o ano anterior. “A marca da Black Friday do ano passado foi superada por volta das 17h. O consumidor aproveitou a volta do trabalho à noite, para também fazer compras, o que resultou em aumento de 40% nas vendas, quando comparado ao mesmo período do ano passado”, disse.
O crescimento foi muito impulsionado também pela confiança dos consumidores na Black Friday que vem aumentando a cada ano. Levantamento realizado antes da chegada da data já havia indicado que o índice de pessoas que não acreditavam na veracidade dos descontos diminuiu de 38% em 2017 para 35% em 2018. Além disso, o mobile também teve um papel importante para a conversão em compras com advento forte das redes sociais que deram ao consumidor mais conhecimento das promoções de diversos varejistas em tempo real.
Se do lado dos consumidores essas são as razões do sucesso, do ponto de vista do mercado, Ana Szasz aponta que varejistas mostraram-se melhores estocados e estruturados para suportar o tráfego extra da data, bem como mantiveram esforço em tecnologia e em publicidade para prolongar o período, ao identificar a oportunidade de manter o ritmo de vendas. “Houve uma maior concentração de publicidade nesta semana, ao contrário de outros anos, que ficou diluído ao longo do mês. Este ano não teve ‘Black November’. A data promocional foi mais respeitada”, explicou.
Como já é tradição, os varejistas que continuam com produtos em estoque devem dar prosseguimento às promoções de Black Friday prolongada durante o final de semana. “Nos outros anos observamos que as vendas do final de semana foram melhores que do esquenta (segunda, terça e quarta-feira). Seguiremos monitorando para ver se continuam no mesmo ritmo que fecharam a sexta-feira”, afirmou Ana.
Na segunda-feira (26), acontece a Cyber Monday, data promocional voltada principalmente para produtos eletrônicos e de informática.
*As vendas computadas pela Ebit|Nielsen são B2C, de produtos novos e realizadas através do e-commerce. Não estão inclusas passagens aéreas, serviços de entrega ou transporte, nem venda de veículos.
(Por Mercado&Consumo) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM, Vendas, Black Friday, E-commerce