O Walmart informou nesta segunda-feira que a empresa de private equity Advent Internacional vai adquirir o controle das operações do Walmart no Brasil, no terceiro grande negócio do varejista desde abril para remodelar suas operações no exterior.
A Advent terá uma participação de 80 por cento no Walmart Brasil e a varejista manterá os 20 por cento restantes, disse o Walmart sem divulgar o valor da transação.
Como resultado da transação, o Walmart espera registrar uma perda líquida não caixa de cerca de 4,5 bilhões de dólares como um item especial no segundo trimestre.
A varejista tem reformulado seus negócios internacionais voltando o foco para investimentos em mercados em crescimento, como China e Índia. Recentemente, a empresa vendeu uma fatia majoritária no negócio britânico ASDA para a J Sainsbury e pagou 16 bilhões de dólares por uma participação majoritária na empresa de comércio eletrônico da Índia Flipkart.
O Walmart está tentando alcançar os concorrentes que vão desde a supermercadista Aldi Inc até a Amazon.com Inc nos principais mercados internacionais. Os negócios internacionais de baixo desempenho do varejista representaram menos de um quarto da receita total de 500,3 bilhões de dólares no ano fiscal de 2018.
O Walmart vinha buscando compradores para o seu negócio no Brasil. A Reuters informou em janeiro que o Walmart estava oferecendo sua unidade no país para empresas de private equity como Advent e outras.
Em março, a Reuters informou que, no processo de due diligence, potenciais compradores estimaram que o Walmart deve até 3 bilhões de dólares em impostos a governos estaduais no Brasil, potencialmente somando-se à pressão por um desconto na venda.
O Walmart entrou no Brasil em 1995 e cresceu para se tornar o terceiro maior varejista do país após duas aquisições em 2004 e 2005 e um período de rápida expansão de lojas que foi paralisado em 2013.
Atualmente, a empresa opera 471 lojas no Brasil, segundo seu site local. A unidade brasileira da varejista reportou receitas de quase 30 bilhões de reais em 2016.
O Walmart reportou prejuízo operacional no Brasil por sete anos seguidos, após uma expansão agressiva de uma década deixar a empresa com locações fracas, operações ineficientes, problemas trabalhistas e preços não competitivos.
Uma das pessoas com conhecimento do assunto disse que as operações do Walmart no Brasil não melhoraram ao longo dos últimos dois anos, o que coincidiu com a pior recessão do país em décadas.
A transação está sujeita a aprovação regulatória e a varejista espera concluir o negócio ainda este ano.
Uma parcela significativa do prejuízo líquido será devido a perdas com conversão cambial e o prejuízo final pode flutuar de forma significativa devido a mudanças em taxas de câmbio até a data de conclusão da operação, disse a empresa.