A Lojas Renner considera a possibilidade de abrir mais lojas de rua em um cenário com menor ritmo de inauguração de novos shoppings, afirmou, na quarta-feira, 8, o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Laurence Gomes.
O executivo participou de reunião com investidores durante evento do Bradesco BBI, em São Paulo.
Atualmente, 93% das lojas da companhia estão em shopping centers – o que sempre foi citado como uma fortaleza da rede por analistas de varejo.
“Visualizamos agora um ritmo mais normalizado de abertura de shoppings depois de um período de boom de novos empreendimentos. Assim, lojas de rua começam a fazer parte do plano, embora saibamos que elas exijam uma dinâmica diferente.”
A maior concentração de lojas de rua, consideradas menos rentáveis, é justamente uma das críticas feitas por analistas a uma das principais rivais da Renner, a Riachuelo.
O executivo reiterou o plano da Renner de chegar a 408 lojas da bandeira principal da companhia até 2021 e até 300 lojas da marca mais nova, a YouCom.
Esta última, voltada para o público jovem, ainda está em fase de adaptação ao mercado. Em, 2015, serão inaugurados mais dez pontos de venda da YouCom, o que deverá elevar o total para 35.
Ao longo de 2014, a Renner apresentou os melhores resultados entre as varejistas de moda – algumas de suas rivais, como a Hering, viram as vendas em mesmas lojas recuarem.
Na Renner, as vendas em lojas abertas há mais de 12 meses subiram 11,1% em 2014, contra 5,8% de avanço no ano anterior. A receita líquida foi de R$ 4,6 bilhões, alta superior a 18% sobre 2013.
Depois deste bom resultado em 2014, o início do ano mostra sinais positivos para as vendas da Renner, de acordo com Gomes.
Apesar disso, o executivo afirmou que a companhia estuda a possibilidade de adiar alguns projetos caso o cenário econômico fraco prevaleça.
O executivo afirmou ainda que a prioridade companhia é manter estáveis as margens operacionais este ano.
Para isso, espera captar ganhos de eficiência e de produtividade, suficientes para compensar impactos como o de alta na tributação e o impacto da desvalorização do real nos produtos importados.
Compras na China
Dentro deste raciocínio, a Renner vai ampliar seu escritório de compras na China. A meta é buscar novos fornecedores para aumentar a competitividade de preços e reduzir o impacto da desvalorização do real sobre as importações.
O diretor de relações com investidores da companhia lembrou que 30% dos produtos da companhia são importados.
O objetivo, segundo ele, é reduzir esse porcentual, mas há pouco espaço para mudança. “Há um gargalo na indústria e nos fornecedores locais porque não há no Brasil produtos de inverno, não em escala”, comentou. “Isso faz com que tenhamos pouca margem de manobra para reduzir esse porcentual no curto prazo.”
O executivo afirmou que a empresa tem 100% de hedge (proteção) para sua exposição cambial em 2015, com o dólar a R$ 2,60.
O maior desafio, porém, é o processo de compras para o próximo ano. Ele afirmou que as compras para 2016 já começaram e a expectativa é conseguir preços menores em dólar junto aos novos fornecedores para compensar o impacto cambial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Por Exame) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM