A ceia de Natal pode custar caro. E como o consumidor acaba virando refém daqueles pratos típicos desta época, o jeito é recorrer à tradicional pesquisa de preços para poder economizar. O Jornal da Tarde visitou cinco supermercados e encontrou diferenças de até 60% em um mesmo produto.
“Esta é a época que os comerciantes estão com a faca e o queijo na mão. Eles oferecem pouca margem de negociação para o consumidor, porque este, muitas vezes, não tem outra escolha a não ser comprar aqueles itens característicos da data”, afirma André Massaro, especialista em finanças pessoais da Moneyfit.

Por isso, um pequeno esforço é necessário. “Um alimento que está em promoção em uma loja, pode não estar em outra. O custo benefício de ir em mais de um lugar pode ser economizar”, sugere Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste). Porém, o consumidor também deve considerar que grandes deslocamentos têm um custo que pode até anular essa economia. Pondere.

A maior diferença de valores que a reportagem contatou foi no peru da Sadia, que custava R$ 40,99 no Carrefour e R$ 66,30, no Pão de Açúcar – diferença de 61,74%. A segunda maior diferença foi o lombo recheado com farofa também da Sadia, que saía por R$ 32,30 no Walm art e R$ 45,58, no Pão de Açúcar – diferença de 41,11%.

O cenário é bem mais otimista para o professor do núcleo de estudos de varejo da ESPM, Pedro Matizonkas, para quem os preços não devem subir com a aproximação das festas. Além disso, as promoções devem ser mantidas até lá. “A expectativa do varejo sobre as ofertas de última hora é muito grande. O consumidor vai continuar encontrando preços diferenciados se for comprar na última hora”, afirma. Matizonkas ainda defende que pechinchar é válido nesta época e pode funcionar, mas no lugar certo. Nas feiras livres e mercados municipais a prática pode render descontos.

Garanta o seu

Se comprar com antecedência não garantir preços mais baixos, pelo menos, eliminará o desconforto de enfrentar filas e o risco de não encontrar o que se procura nas vésperas do Natal. “Se, neste ano, a aposta do comércio for algum tipo de frango recheado diferente, por exemplo, o consumidor pode não achar nada nas prateleiras”, alerta Matizonkas.

A dona de casa Maria Helena Contri comprou o peru para a ceia na última quinta-feira. “Não achei um preço bom. Mas, pelo menos, evitei a multidão”, conta. Assim como ela, Rosely Paulino, também dona de casa, quis evitar mercados cheios comprando antecipadamente. “A qualidade é melhor que o preço para mim. Na última hora, os comerciantes podem empurrar qualquer coisa”, afirma a consumidora.

Já a consultora de marketing Andressa dos Santos teve mais paciência para pesquisar. “Acho importante comparar preços e já comecei a ver diferenças de um lugar para outro”, conta ela. Outra forma de economizar na ceia, que será na casa dela, é dividir os custos. “Cada um da família ficou encarregado de levar um prato.”

Também existe a opção de encomendar os pratos que serão servidos no Natal. O professor Ricardo Humberto Rocha, especialista em varejo e finanças da FIA, garante que pode sair mais em conta. “Fazendo em casa, corremos o risco de comprar ingredientes a mais ou algo que não será usado. Faça uma lista e compare.”

(Por Jornal da Tarde) Varejo, Núcleo de Estudos do Varejo