Em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, uma empresa fabrica máquinas que produzem tijolos, blocos e pisos ecológicos. Com 10 anos de existência, a produção média da fábrica é de 80 a 100 máquinas por mês. Ela exporta para 33 países e quer crescer mais.

“Desenvolvemos máquinas de grande robustez, de grande qualidade, de grande produção, só que compactas”, explica o empresário Luclécio Festa, dono do negócio.

Luclécio participa de um programa de inovação para se diferenciar no mercado e certificar o equipamento. Ele entrou no programa ALI – Agentes Locais de Inovação, criado pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), para empresas já consolidadas que buscam inovar.

“A inovação é que leva à sobrevivência, à sustentabilidade ao longo do tempo. Só ela vai fazer o diferencial pra que a pequena empresa possa agilizar essas mudanças, fazer isso mais rápido e assim ganhar mercado”, diz Cláudio Mendonça, do Sebrae em Campo Grande (MS).

Gracieiry Ferreira, agente local de inovação do programa, procura a empresa e oferece o serviço. Ele faz um diagnóstico do negócio e identifica as oportunidades de melhoria. O acompanhamento é gratuito e pode durar até dois anos. Com o suporte do agente especializado, a empresa está implantando o certificado de qualidade ISO-9001. O objetivo é atingir novos mercados que possuem alto grau de exigência.

“O mercado europeu exige que a empresa tenha o selo da comunidade europeia, e sem essa ISO eles não conseguem ter essa certificação”, afirma Gracieiry.

A produção das máquinas de tijolos ecológicos começa com o corte das placas de aço. Depois, os materiais vão para a usinagem. O cuidado com o acabamento é uma preocupação da empresa para que o produto fique de acordo com as especificações.

“Hoje todas nossas máquinas são construídas dentro das normas e treinamos nossos clientes para trabalhar dentro das normas da ABNT.”, diz Maryluci Marques, diretora comercial da empresa.

A célula de montagem foi desenvolvida pela própria empresa. Aqui o funcionário faz o mínimo de movimentos para soldar as peças. O equipamento é que se mexe, assim ele cansa menos, produz mais e a qualidade é a mesma do início ao fim do expediente.

As máquinas custam entre R$ 12 mil e R$ 73 mil. A empresa também fabrica acessórios como esteiras, peneiras e misturadores.

Produção de tijolos
Para abrir uma fábrica de tijolos ecológico é necessário terra, cimento e uma prensa hidráulica. O produto não vai ao forno, o que evita o corte de árvores e o lançamento de gases na atmosfera.

O empresário Franciomar Elias abriu uma fabrica de tijolos, blocos e pisos ecológicos, em 2010. Ele comprou do empresário Luclécio Festa uma prensa que hoje custa R$ 30 mil.

O produto é feito com uma parte de cimento para oito partes de arenito. Como o solo usado é de boa qualidade, a resistência deste tijolo chega a ser cinco vezes maior que a do convencional.

A máquina é bem simples de ser operada: uma das alavancas carrega com a mistura de cimento e terra e a outra prensa e molda o produto, o tijolo sai prontinho. É possível fazer até 3.500 unidades por dia.

Depois de prensado, o tijolo ecológico passa por um período de cura. Ele é molhado por uma semana para adquirir resistência e ficar pronto pra venda. O milheiro é vendido por R$ 700.

O empresário Luclécio Festa, com apoio do programa ALI, está implantando a NR-12, uma norma técnica de proteção que garante mais segurança aos operadores das máquinas. Ele tem cerca de 1.800 clientes espalhados pelo mundo e fatura R$ 8 milhões por ano.

E as inovações não param por aí, a empresa também pesquisa outros produtos que possam servir de matéria prima para o tijolo ecológico, como resíduos industriais e lixo orgânico.

“A sustentabilidade e a inovação estão juntas para a perpetuação da empresa, para o crescimento da empresa e para o fortalecimento dos negócios”, afirma Cláudio Mendonça, do Sebrae em Campo Grande.

 

(Fonte: G1) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios