De acordo com pesquisa da Kantar Worldpanel – empresa especializada em pesquisa e comportamento de consumo – para enfrentar a alta da inflação, no primeiro semestre, o brasileiro reduziu em até quatro vezes a ida ao supermercado dependendo de sua faixa de renda, optando por comprar quantidades maiores quando o preço está vantajoso.

“A classe DE é a que está com mais pé no freio: diminuiu em até quatro vezes a ida às compras. A que mais sentiu no bolso o peso da inflação foi a classe C, que, em valor, gastou mais 14% nas compras feitas no primeiro semestre”, diz Christine Pereira, diretora comercial da Kantar Worldpanel no Brasil.

A pesquisa mostra que, em valor, as despesas do brasileiro cresceram em média 11% no primeiro semestre ante igual período de 2012 – reflexo direto da maior pressão de custos. Mas, em volume comprado, o aumento foi menor, 3%.

O que entra e o que sai

Também chama a atenção o que as pessoas estão comprando: em volume, os produtos não básicos (de maior valor agregado e adquiridos pelo maior apelo à saúde ou pela praticidade, por exemplo) cresceram o dobro dos básicos (como óleo e arroz).

Por faixa de renda, foi a classe AB a que mais aumentou o consumo dos básicos (5%). Os consumidores das classes mais baixas (DE), por sua vez, diminuíram em 4% a compra desses produtos e mantiveram o mesmo nível dos não básicos.

A classe C foi a que mais incrementou a compra de mercadorias caras. Aumento de 8% em volume em relação ao primeiro semestre do ano passado.

“O brasileiro está mais consciente e, para conseguir caber no bolso o aumento de preço e o consumo de mercadorias de maior valor agregado, reduziu a frequência e cortou os básicos”, afirma Christine.

Entre os produtos mais sofisticados que se destacaram, estão detergente líquido para roupa, suco pronto, requeijão, molhos e alvejante sem cloro.

(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo