Combinação de manifestações, inflação e juros altos inibe melhora no comércio. A previsão é de Flávio Rocha, presidente do IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo), que representa 42 empresas do setor. Entre elas varejistas de alimentos, eletrodomésticos, materiais de construção, móveis e vestuário.

“Nosso índice antecedente de vendas, que previa forte recuperação em julho e agosto, já fica ameaçado ante esse novo cenário”, afirma o executivo, que comanda também a Riachuelo. Apesar de considerar pontuais as consequências das manifestações, Rocha diz que as lojas “sentiram o impacto”. “Não ficaram o tempo todo abertas. E, quando funcionaram, sentiram a queda na confiança do consumidor.”

Para o professor Cláudio Felisoni, coordenador do Provar (Programa de Administração de Varejo) e do Ibevar (instituto de executivos do setor), os juros mais altos e o comprometimento da renda das famílias para pagar dívidas acima de 90 dias devem “segurar” os resultados do varejo neste ano. “Acho difícil uma recuperação neste ano. O comércio de bens duráveis deve sentir ainda mais, porque o corte do IPI foi estendido, mas com redução do desconto”, afirma.

De abril a junho de 2012, as vendas tiveram expansão de 6,1% sobre ano anterior, um crescimento acima da inflação. Neste ano, no mesmo período, o resultado foi mais tímido: 1,3%. Para o Provar, o setor deve crescer, no máximo, 2% neste ano, ante 8% em 2012.

Rocha, do IDV, é mais otimista: “O setor cresce acima do PIB desde 2003. Nossa avaliação é que neste ano o percentual fique ao redor de 4%”.

Hoje, integrantes do IDV vão ao Congresso pedir que a medida provisória para a desoneração da folha de pagamento do setor seja aprovada em caráter de urgência.

(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo