A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), medida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), caiu 2,5% em março deste ano, em relação a março do ano passado. Essa é a terceira queda consecutiva do índice.
Seis dos sete indicadores utilizados para medir a ICF apresentaram queda em relação ao mesmo mês do ano passado. O único item que apresentou alta foi a perspectiva de consumo, que aumentou 0,1%. Já os itens que tiveram reduções mais acentuadas foram a intenção de compra a prazo (-5,1%) e a perspectiva profissional (-4,8%).
De acordo com a CNC, a queda da intenção de consumo das famílias brasileiras pode ser explicada pela manutenção de níveis ainda elevados no endividamento das famílias e mais incerteza em relação ao mercado de trabalho, entre outros fatores.
“A gente percebe o cenário de uma economia andando mais lenta. Isso faz as famílias se sentirem menos otimistas em relação a seus empregos. Não que o mercado de trabalho esteja ruim, ele ainda está em um cenário extremamente favorável, mas há um impacto em relação ao otimismo das famílias. Além disso, no ano passado, nesse mesmo período, a gente teve medidas de estímulo fiscal, com a redução do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] da linha branca e dos veículos. Neste ano, não temos mais isso. Também há um processo inflacionário mais pesado”, disse o economista da CNC Bruno Fernandes.
Entre as regiões, a Sul foi a única que apresentou aumento na intenção de consumo (5,9%). Já a Sudeste foi a que teve a maior queda (-5,9%). Entre as faixas de renda, as famílias com renda superior a dez salários mínimos tiveram uma queda maior da intenção (-4,8%), enquanto aquelas com renda até dez salários tiveram uma redução de 2,4%.
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