>Este ano, as famílias com ganho mensal entre R$ 511 e R$ 1.530 têm para gastar com produtos e serviços R$ 381,2 bilhões ou 28% do total de rendimentos de R$ 1,380 trilhão. Enquanto isso, a classe B, que tem renda entre R$ 5.101 e R$ 10.200, vai ter R$ 329,5 bilhões, ou seja, 24%. O maior potencial de compras, no entanto, continua sendo da classe C: R$ 427,6 bilhões. O estudo foi realizado pelo instituto de pesquisas Data Popular.
A movimentação do poder de consumo reflete, segundo Renato Meirelles, sócio diretor do instituto, o aumento do salário mínimo, os benefícios sociais, como o Bolsa Família, e a geração de empregos formais. Outro fator também é o crédito consignado, com taxa de juros menor em relação à média do mercado, já que o pagamento é feito com desconto na folha de pagamento das empresas. “Trata-se de uma combinação virtuosa para o consumo”, afirma Sérgio Mendonça, economista do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Das oito categorias de produtos avaliados pelo Data Popular, em quatro delas o potencial de consumo da classe D supera o da B para este ano. São elas: alimentação em casa (R$ 68,2 bilhões), vestuário e acessórios (R$ 12,7 bilhões), móveis, eletrodomésticos e eletrônicos para o lar (R$ 16,3 bilhões) e remédios (R$ 9,9 bilhões). Em artigos de higiene, cuidados pessoais e limpeza do lar, os potenciais de consumo das classes D e B são idênticos: R$ 11 bilhões. Os gastos da classe B são maiores do que os da D em itens diferenciados, como alimentação fora do lar, lazer, cultura e viagens e despesas com veículo próprio.
Meirelles observa que, no caso da classe D, a combinação de poder de compra com carência de produto – 49% não possuem geladeira, por exemplo – faz com que a renda se transforme rapidamente em consumo. “Já para a classe C, boa parte das compras é de reposição de produtos”, diz o diretor do Data Popular. Normalmente esse tipo de compra é planejado a longo prazo, mas o valor do produto adquirido é maior.”
Cesta básica
Segundo dados da Kantar Worldpanel, entre janeiro e março de 2010, as classes D e E aumentaram em 18% a quantidade de produtos de uma cesta com 100 itens básicos. Em valor, a alta foi de 15% comparado ao mesmo período do ano passado. Já a classe C aumentou em 16% os volumes e em 14% os valores e as classes A e B, em 11% e 15%, respectivamente.
Fonte: IG (Supermercado Moderno) – 02/08/2010