>Mais de a metade dos consumidores americanos estão inclinados a comprar em outro lugar caso se deparem com poucas opções de produtos nas suas lojas preferidas. Por outro lado, quase metade dos supermercadistas dos Estados Unidos continua cortando o sortimento. Os dados foram revelados por uma pesquisa apresentada na conferência Nielsen Consumer 360 realizada em Las Vegas e publicada na newsletter da revista americana Progressive Grocer.
O estudo mostra que 42% dos varejistas reduziram o sortimento em 2009, um percentual considerado alto pela indústria, embora o mix global tenha diminuído apenas 1%. Para a segunda metade de 2010 e para 2011, no entanto, 40% dos varejistas afirmaram que vão manter a diminuição do mix, cortando mais 10% dos SKUs.
“O enxugamento do sortimento veio para ficar e a mensagem para o varejista é que ele escolha cuidadosamente quando fazer e que produtos cortar”, afirmou Stuart Taylor, analista da Nielsen. “Em muitos casos, reduzir o sortimento estrategicamente pode resultar em melhor experiência de compra para o cliente, além de garantir ótima rentabilidade. Cortar o produto errado, entretanto, pode causar a perda de clientes potenciais”.
Para provar quão caro pode ser essa perda, basta notar que 7% dos consumidores de itens para cuidados pessoais disseram que abandonariam uma loja caso não encontrassem o produto desejado. Normalmente isso significa que eles vão achar o que querem na concorrência. Se 7% não parece ser um percentual significativo, é preciso levar em conta que uma queda de menos de 1% nas compras do canal de supermercados pode causar um prejuízo de 1,5 bilhões de dólares nas vendas.
Estimulados em parte pela recessão econômica, os varejistas americanos estão reduzindo o sortimento com vários objetivos. A Nielsen apurou que 75% estão cortando produtos para realçar oportunidades de merchadising, enquanto 71% querem otimizar o controle sobre o estoque. Outros 60% querem facilitar as compras do consumidor, diminuindo o excesso de SKUs nas gôndolas e 52% pretendem reduzir custos e aumentar a rentabilidade. Quase a metade (48%) estão garantindo mais espaço para as marcas próprias.
O que os varejistas dos Estados Unidos precisam fazer, segundo a Nielsen, é reduzir o sortimento de maneira estratégica, balanceando os próprios interesses, os da indústria e os dos consumidores. A consultoria sugere que os varejistas tornem o processo de escolha do sortimento mais objetivo aplicando análises inteligentes que ajudem a identificar produtos com maior potencial de vendas.
“Sucesso no competitivo mercado do varejo não se resume em ter o maior número de produtos – a questão principal é achar o mix de produtos ideal”, diz Taylor. “O varejista deve oferecer os produtos que seu consumidor mais quer e tornar esses itens de fácil acesso para estimular as compras”.
Fonte: Progressive Grocer/SM – 06/07/2010