>Concluído o primeiro trimestre de 2010, as empresas varejistas apuram resultados animadores, o que as faz dar sequência ao planejamento estratégico com otimismo. Se há ajustes a serem feitos, são certamente de aumento na previsão de vendas e de lucros. Se em time que está ganhando não se mexe, em épocas de vendas confortáveis podemos fazer ainda melhor. Se você procura novas ideias para enriquecer o seu planejamento, aqui vão sete medidas que podem estimular empresas varejistas a acelerar o crescimento e a estabelecer diferenciais capazes de gerar valor aos seus clientes:

1. Inovação

A inovação, conforme sempre lembra nosso sócio-mor, Marcelo Cherto, é toda novidade que dá resultado. Nesse contexto, destaco a importância da inovação para o varejista que está em plena condução de seu plano de expansão. Diante da complexidade de cenários, embora com economia aquecida, não basta crescer, é preciso inovar. Ao inovar, seus clientes manterão fidelidade e seus concorrentes ficarão mais longe. Porém inovação é algo estratégico, exige planejamento antes de executar, de fazer. Pense em um programa de inovação para a sua empresa.

2. Sustentabilidade

A sustentabilidade deixou de ser ideologia e passou a fazer parte do dia a dia das empresas varejistas. O programa de sustentabilidade varejista começa com definição de metas em consumo de energia, reciclagem do lixo e nas vendas de produtos saudáveis, por exemplo. Depois entra a gestão com indicadores que auxiliam o controle dos objetivos estabelecidos. Ao informar seus clientes sobre suas conquistas em atividades ligadas à sustentabilidade, você vai gerar uma legião de clientes fiéis.

3. Estratégia multicanal

O varejo multicanal exige da sua empresa ações que envolvem a loja física e a virtual. Se você ainda não atua na internet, está na hora de pensar seriamente nisso. A estratégia multicanal coloca sua loja diante de um número ainda maior de clientes, além de aumentar o relacionamento com os atuais clientes.
As pessoas gostam de verificar o site dos varejistas antes de visitar as lojas. O atendimento. assim como as vendas, pode ganhar muito com isso. Porém você deve ter cuidado com possíveis incoerências, principalmente entre preços oferecidos no site e nas lojas. Uma pesquisa americana apontou que 88% de pessoas que compram em lojas físicas já haviam comprado também pela internet, 85% compararam o preço antes, 45% mudaram sua preferência por outras marcas ao escolher a loja virtual, 44% visitaram sites de concorrentes, 36% afirmaram continuar a preferir tocar, cheirar, experimentar antes de comprar e apenas 21% afirmam que não abrem mão do ambiente de loja.
Pois, então, se há ainda muitas dúvidas sobre como colocar sua loja nesse mundo virtual, o caminho é agir. Mas não dispense um plano estratégico para orientar as suas ações.

4. Comunicação interativa

no ponto de venda Sua loja pode ser, ou melhor, já é um ambiente onde as pessoas aprendem com aquilo que você faz, como você expõe seus produtos ou serviços, como os oferece e em quais condições comerciais. Quem se encarrega de tudo isso é a comunicação. Comunicar é uma atividade mais ampla do que costumava ser. O seu cliente espera mais do que simplesmente receber informações sobre produto e preço.
Crie o ambiente em um local onde as pessoas desenvolvam melhores experiências de consumo, pois isso gera fidelização. Por isso é que os novos equipamentos são interativos, permitindo registrar as decisões de seus clientes transformando-as em decisões da loja, gerando o customer-centricity.

5. Experiência na geração de valor

Proporcionar uma experiência memorável não é novidade, mas cabe lembrar que tratase de uma das decisões que você deve tomar para a expansão de seu negócio no varejo. Transformar o momento de compra em uma oportunidade de lazer, entretenimento, informação, aprendizado ou ainda de socialização é, sem dúvida, uma estratégia vencedora.
Alguns novos formatos voltados a comunidades carentes posicionam a loja como um centro comunitário onde mães aprendem sobre educação de seus filhos, se reúnem para discutir problemas da comunidade, recebem visitas de palestrantes, encontram outros agentes como correios correspondentes bancários.

6. Redes sociais

As redes sociais devem se tornar um importante meio de comunicação para varejistas neste momento de expansão. Acelerar a formação de novos clientes e identificar suas preferências são algumas das vantagens. Não é o caso de adotar o uso das redes sociais como veículo de comunicação de massa, tentando o mesmo efeito com promoções anunciadas em TV, rádio ou tabloides. Invista na comunicação em duas mãos de direção, informando e recebendo.

7. O novo paradigma do luxo

Finalmente, toda loja tem espaço para o luxo, independentemente do perfil do público que atende. Um produto caro com uma grife famosa não significa necessariamente luxo, mas, ao contrário, uma capa de celular pode sim ser um item de luxo dependendo do perfil do consumidor.
Você não obterá sucesso em sua estratégia caso as pessoas não percebam valor em determinados itens, mesmo que sejam de marcas famosas e custem caro. Consumidores gostam de comprar produtos de qualidade com marcas de prestígio, porém em lugares que valorizem sua compra, e esse lugar é a sua loja. Ou não?
Esses sete itens compõem uma proposta estratégica de crescimento com transferência de valor aos clientes de modo a gerar fidelização e relacionamento de longo prazo. Crescer e agregar valor é a receita para posições mais sólidas em um breve futuro.


Ricardo Pastore

Prof. Msc., coordena o Núcleo de Estudos do Varejo da ESPM