Quem vai ao supermercado Emmas Enkel, em Dusseldorf, na Alemanha pode comprar como se fazia nos idos de 1900. Ou seja, entregar a listinha ao balconista e deixar que ele reúna tudo. Enquanto isso, o consumidor pode aguardar sentado no sofá da cafeteria.
Para reforçar ainda mais o clima “compre como antigamente”, o estilo retrô das décadas de 60 e 70 marca toda a comunicação visual e também está presente no uniforme dos atendentes.
Bom, mas essa é apenas uma das maneiras de se comprar no Emmas Enkel, que está prestes a completar um ano. E veja só ele, contraditoriamente, pode ser considerado um dos mais modernos quando o assunto é multicanal. A marca vende por tablet, celular, código QR, e-commerce, e por telefone.
Segundo Neil Stern, especialista em varejo da Mc Millan Doolittle/Ebeltoft, a Emmas faz parte da nova geração de lojas de vizinhança. “Ela mistura, de forma criativa, canais de venda on-line com valores do varejo tradicional”, diz. A maior inovação da empresa, segundo Stern, que expôs o case durante o recente World Retail Congress, está baseada principalmente na integração total dos diferentes canais. “É multicanal de maneira genuína”, reafirma.
O conceito é flexível ao extremo e a ordem é atender consumidores com diferentes necessidades e hábitos de compra.
Cuidado para não ficar tonto com a quantidade de possibilidades de compra: é possível comprar no site e retirar na loja, enquanto aguarda na cafeteria (ou pedir o delivery em até duas horas); ou levar a lista feita à mão e aguardar no sofá enquanto o atendente do balcão embala tudo; registrar o pedido no totem dentro da loja ou pedir pelo telefone, e depois parar o carro no drive-thru para ter o porta-malas preenchido pelo funcionário, ou ainda, se a loja estiver fechada, comprar via código QR na vitrine e receber em casa…. Ou qualquer uma das anteriores combinada a qualquer outra! É conveniência total.
O sócio Benjamim Bruser explica que descobriu em pesquisa que 45% das pessoas gostariam de comprar comida on-line, mas não o faziam porque consideravam complicado. Então Bruser se dedicou a excluir todos os pontos negativos que eram citados para justificar a não compra on-line. O que restou foi essa combinação mirabolante de possibilidades de compra, tornando a teoria do omnichannel real. “Os canais se misturam para estarmos sempre disponíveis”, conta. Na única loja de 300 metros quadrados estão a cafeteria, o balcão de pedidos e 500 itens à venda em prateleiras – outros 2.500 estão no estoque (de onde partem todos os pedidos). Eles inovaram também no site, no qual é possível comprar por categoria ou tema, como por exemplo: “crianças” ou “futebol”.
Para Stern, essa é a concretização da evolução do mundo sem arestas entre o varejo on-line e o físico. É a experiência de compra que não está fechada em silos, ela transborda entre um canal e outro. “O consumidor pode comprar onde e como quiser, a qualquer hora”, diz.
(Por NoVarejo) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo