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O Carrefour, número dois da distribuição mundial, prepara-se para sair de Portugal com a venda das 524 lojas Minipreço que ainda possui no País. A notícia foi avançada pela edição de ontem do jornal francês Le Figaro e, a confirmirmar-se, assinalará o fim da operação do Carrefour em Portugal, depois de em 2007 ter vendido os seus hipermercados por 662 milhões de euros à Sonae.


Segundo os analistas da Espírito Santo Equity Research (ESER), a compra das lojas Minipreço poderá custar cerca de 800 milhões de euros, sendo que existem três candidatos possíveis: a Sonae, a Jerónimo Martins e a Auchan.

Este último, que detém os hipermercados Jumbo e os supermercados Pão de Açúcar, é o potencial comprador mais óbvio da cadeia, já que foi o criador dos supermercados Minipreço e não tem uma oferta forte no retalho do discount. Além disso, o actual director-geral do Minipreço, Tiago Câmara Pestana, é ex-quadro da Auchan, e o grupo tem ainda disponível o dinheiro que estava disposto a investir na compra dos hipermercados Carrefour. O DN tentou contactar o director-geral da cadeia Minipreço, que se mostrou indisponível até ao fecho desta edição. O jornal francês terá contactado o porta-voz do Carrefour, que se escusou a fazer qualquer comentário a esta informação.

Quanto à Jerónimo Martins e à Sonae, os analistas referem que a Autoridade da Concorrência dificilmente permitiria que algum destes operadores adquirisse as lojas sem restrições significativas. A empresa responsável pelos hipermercados Continente mostrou-se ontem “surpreendida” com a notícia, dizendo que não pode “comentar uma notícia que nem o próprio Carrefour comenta”, segundo o Diário Económico.

A estratégia do grupo francês sempre se pautou por preservar os negócios em que são líderes, motivo pelo qual manteve a cadeia Minipreço em Portugal. No entanto, as vendas dos supermercados têm vindo a cair, tendo atingido um volume de negócios de 915 milhões de euros em 2009, menos 0,9% do que no ano anterior, uma queda ligeira, muito esbatida pela abertura de 26 novas lojas. Considerando uma base comparável, as vendas recuaram 6,8%.

Fonte: Diário de Notícias (Portugal) – 08/04/2010