Presentes no Brasil há menos de duas décadas, as máquinas de vendas automáticas (vending machines) devem crescer até 20% este ano e faturar mais de US$ 300 milhões. O número parece alto, mas é ainda bem pequeno se comparado ao de mercados internacionais. Nos Estados Unidos, o faturamento deste segmento chegou a US$ 36 bilhões no último ano e as máquinas vendem de chocolate a equipamentos eletrônicos.

“Ainda existe uma longa estrada para percorrermos no Brasil. Hoje temos cerca de 80 mil máquinas por aqui, sendo 60% para vendas de bebidas, e o setor cresce aproximadamente 20% a cada ano que passa”, diz Carlos Augusto Militelli, organizador do evento ExpoVending, feira de máquinas de vendas que está em sua décima edição e teve início ontem no Palácio de Exposições do Anhembi, em São Paulo.

Existem, atualmente, no território brasileiro, 2.500 habitantes para cada vending machine. Já nos Estados Unidos, para cada 90 pessoas existe uma máquina em funcionamento, segundo pesquisas da Associação Brasileira de Vendas Automáticas (Abva). “Para crescermos ainda mais temos opções como novas formas de pagamento, com a maior aceitação de cartões de débito e crédito, e a interatividade, que aparece como uma grande tendência. A máquina é um computador, e você pode fazer cada vez mais coisas nela”, conta Militelli.

Adaptações

O executivo faz questão de ressaltar que as máquinas no futuro irão aceitar todo tipo de produto, sendo necessárias apenas certas adaptações. “Tenho visto uma procura muito grande por máquinas quevendem cosméticos. No exterior já existe uma que pinta as unhas das pessoas e é um grande sucesso”, comenta.

Para Militelli, são várias as vantagens apresentadas pelas vending machines. “As máquinas podem ficar próximas dos consumidores e dentro de empresas, evitando maiores deslocamentos. Além disso, elas ocupam áreas pequenas, são práticas e fáceis de transportar. Podem ser utilizadas em eventos, dentro de shows, e também são ótimas para estádios. Esses equipamentos vão explodir com a Copa do Mundo e a Olimpíada no Brasil”, diz.

Inovações

Durante a ExpoVending, que termina hoje na capital paulista, novas máquinas automáticas serão apresentadas pela primeira vez no mercado brasileiro. A VE Global Vending trouxe a VE Connect, desenvolvida com a Intel Corp, que é sensível a toque, dotada de uma tela que pode ser personalizada pelo operador, tem programa de fidelidade e também se conecta às mídias sociais on-line. Atecnologia custa cerca de US$ 3.400,00 e pode ser adaptada às maquinas já existentes.

Outra novidade no evento é a interface de verificação facial do comprador, que pode ser utilizada, por exemplo, para segmentar um produto.

A avaliação do rosto é feita por uma câmera que fica na parte superior da máquina e que se relaciona com um programa capaz de determinar certas características do consumidor, como idade e sexo, em poucos segundos.

“Apostamos muito no Brasil. O mercado de vending machines ainda está no início por aqui e tem tudo para deslanchar nos próximos anos, ainda mais com os grandes eventos que o País deve receber”, conta Aviel Dafna, presidente da VE Global Vending. “As máquinas podem vender todo tipo de produto, além de ter muita interatividade, jogos e mídias sociais. São ideais para empresas, escolas, shopping centers, escritórios, e tantos outros lugares”, completa Dafna.

A empresa italiana Bianchi, uma das líderes do segmento no mercado europeu, trouxe ao Brasil a tecnologia que permite a uma máquina oferecer bebidas quentes e geladas. A novidade tem chamado a atenção do mercado, tanto que no primeiro semestre do ano, a marca registrou crescimento de 30% no País e espera chegar a 40% até o fim de 2012. “No Brasil, as máquinas de vendas automáticas enfrentam algumas barreiras, como o custo baixo da mão de obra e a restrição de meios de pagamento, já que aqui é mais difícil operar com cartões, mas isto está mudando e estamos crescendo bastante”, afirma Marcio Magnoli, diretor-comercial da Bianchi.

(Por DCI) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo