Bershka, marca de moda jovem, representa mais de 10% das vendas da Inditex, que controla a marca Zara.
Com o bom desempenho da Zara no Brasil, recentemente o país ganhou uma loja da Zara Home, no Shopping JK – a segunda marca da companhia a entrar no país.
Segundo a Inditex, controladora da Zara, há mais marcas que pretendem desembarcar no país. Além da Zara e Zara Home, a Inditex detém mais 6 marcas com presença global.
“A Zara é a que abre caminho para as demais lojas, pois têm um leque mais amplo de produtos”, diz Jesús Echevarría, diretor geral de comunicação da Inditex. “Pretendemos levar mais marcas ao país”, disse o executivo, que evitou contudo prever uma data para isso.
Atrás da Zara, a marca mais popular é a Bershka, de moda jovem que busca antecipar as últimas tendências, com peças mais ousadas e coloridas. O estilo das roupas é alternativo, muitas vezes com inspiração “indie”, e os preços não são altos.
Nas lojas dessa marca, a presença é exclusiva de jovens, sobretudo adolescentes. A música ambiente é eletrônica, em volume alto, e luzes intensas como se fosse uma discoteca.
As peças, além de alternativas, são estilosas e de preço baixo – a empresa é responsável por entre 10% e 11% das vendas da companhia.
“Cada vez que entro na Bershka, me dá vontade de pedir um cuba libre”, era o título de um grupo no Facebook, criado na Espanha, que existiu há alguns anos e chegou a contar com mais de 80 mil seguidores.
Além da Zara, que detém 1.855 lojas em todo o mundo, a Bershka têm a maior presença, com 827 lojas em 59 países. No total, o grupo Inditex possui 5.618 lojas em 85 países.
A empresa têm mais duas marcas de moda jovem. Uma é a Pull and Bear, com roupas mais tranquilas, para o dia-a-dia. Outra é a Stradivarius, voltada à moda feminina, para jovens adultas.
Também para as mulheres, a empresa têm a Oysho, marca de lingerie e roupas para usar em casa.
Em seguida, vêm as duas marcas mais Premium da companhia. A Uterqüe vende acessórios, complementos de moda, além de uma seleção de roupas de padrão elevado. E a Massimo Dutti produz peças mais formais, em geral com preços mais elevados do que a Zara.
Com as oito marcas, a empresa desenvolve mais de 20 mil modelos por ano.
Marcas independentes
Todas as marcas possuem um sistema independente de desenvolvimento de produtos, além de um centro logístico próprio. O objetivo primário é reforçar a identidade de cada marca, sem permitir o uso do mesmo modelo em diferentes cadeias do grupo.
“De fato, existe competição entre as redes, e isso é algo que estimulamos”, diz Echevarría.
Em segundo, as diversas marcas da Inditex devem ser capazes de se sustentar de forma independente. Após a entrada da primeira marca, a decisão de entrar em um país deve partir de cada cadeia.
Novas Lojas
A Inditex prevê abrir até 520 lojas em 2012. De Bershka à Massimo Dutti, todas as marcas têm olhos abertos ao mercado brasileiro. Contudo, nenhuma se arrisca a colocar uma data para entrar no país.
“Com certeza há um desejo, há uma intenção de todas as marcas, mas não temos nada concreto”, diz Raúl Estradera, porta-voz da Inditex.
O motivo da hesitação é a diferença climática que afeta os países do cone Sul. Jesús Echevarría ressalta que a empresa não tem a intenção de trazer as coleções da estação passada para o Brasil.
“Não minimize essa questão climática. Hoje a oferta da Inditex no cone Sul não está ajustada à demanda”, diz Echevarría.
Portanto, para ter uma presença no Brasil, o próximo passo para as marcas será um investimento para reforçar seu departamento de design e desenvolvimento de produtos.
“Isso vai ocorrer em algum momento, e quando ocorrer as marcas terão um departamento de design voltado ao Hemisfério Sul”, diz Raúl Estradera.
Esse obstáculo é um dos principais fatores que explicam como, por exemplo, a Bershka, possui nove lojas na Venezuela, seis na Colômbia, 49 na China e zero no Brasil.
Nos países latinos e na China, embora haja diferença climática, executivos da Inditex ressaltam que as coleções funcionam no mesmo esquema dos países do Norte.
Mas há outros pontos. Na Venezuela, por exemplo, a empresa opera com modelo de franquia, mas com apenas um franqueado. A ideia é evitar eventuais dificuldades políticas e regulatórias no país. O sócio, contudo, dá uma musculatura financeira adicional para a expansão da empresa.
(Por Brasil Econômico) varejo, núcleo de estudo do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo