>Os brasileiros emergentes ganham menos em relação à classe A, mas gostam de consumir produtos de primeira.

Fonte: Correio Brasiliense – 03/11

Os brasileiros emergentes ganham menos em relação à classe A, mas gostam de consumir produtos de primeira. Iogurte de polpa, biscoito recheado e chocolates são os campeões de venda do comerciante Américo Manoel da Silva Júnior, de Contagem, na Grande BH. Há 10 meses, ele se tornou microdistribuidor da Nestlé, dentro da ampliação do sistema de venda de porta em porta da companhia. Inaugurado em 2008, o projeto já tem 23 microdistribuidores e 400 revendedores, que atendem bairros carentes em 48 municípios mineiros.

As vendas de porta em porta proporcionam comodidade à dona de casa da baixa renda, que mora longe do trabalho e precisa levar as compras de ônibus até Contagem. “Ela não mora perto de supermercados nem tem tempo ou facilidade de crédito nesses estabelecimentos”, compara Alexandre Costa, diretor de Regionalização e Poor Bottom of Piramide (PBP) da Nestlé, que pode ser traduzido como “base mais pobre da pirâmide”.


A partir de pesquisas, o departamento chegou à conclusão de que a venda de porta em porta resolveria o problema de deslocamento e também de crédito dos emergentes, ao recrutar pessoas da comunidade. “Acredito que alguns produtos, como o iogurte no formato de tubo, alguns tipos de biscoito e panetones com chocolate, são novidade para os moradores do bairro”, afirma Américo. Segundo ele, antes de ser criado o projeto, os consumidores de baixa renda eram submetidos a produtos de marcas genéricas ou aquelas cuja validade estava perto de vencer.

Agora, os emergentes têm condições de comprar produtos de boa qualidade, ainda que sejam vendidos em kits fechados. É o caso do kit de iogurte da família, a R$ 35, com 52 unidades, que inclui os potes de Chambinho para as crianças, as garrafas de iogurte em polpa e as sobremesas de pudim e chocolate. Há ainda kits de macarrão instantâneo, chocolates sortidos e biscoitos, que variam de R$ 15 a R$ 35. Nem sempre o pagamento é feito à vista. “As revendedoras geralmente dão prazo ou sabem o dia em que sai o pagamento das clientes”, explica Américo.

A revendedora Heloísa Elaine Martins, de Contagem, trabalha há três meses com o microdistribuidor da região, o Américo. Com experiência na venda de cosméticos na vizinhança, ela aproveitou a clientela já formada para oferecer os produtos Nestlé. Como o volume de encomendas é alto, Heloísa leva junto o marido, que ajuda a carregar as compras e a fazer as cobranças dos clientes. O casal faz as entregas somente de quarta-feira a sexta-feira, no período da tarde.

Com a marca Nestlé Até Você, o programa já atende as regiões Sudeste e Sul e, este ano, alcança Nordeste e Norte. São 150 microdistribuidores recrutados em regiões periféricas, que distribuem os produtos com a participação de 6 mil mulheres. Além de Belo Horizonte e Contagem, a Nestlé já tem microdistribuidores em diversas cidades de Minas Gerais, tais como Uberlândia, Juiz de Fora, Betim, Montes Claros, Ipatinga, Sabará, Varginha e Conselheiro Lafaiete.