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MINUTO DO VAREJO

Segundo o IBGE, as vendas no comércio no país cresceram 1,4% em janeiro, na comparação com dezembro do ano passado. Trata-se do primeiro mês de incremento nas vendas após três meses de retração.
O que assistimos recentemente trouxe esse resultado. Estamos nos referindo a campanhas extremamente agressivas marcadas por forte presença da mídia e promoções com preços arrasadores praticados principalmente pelas maiores redes de eletro-eletrônicos e móveis. É interessante que em nível regional houve o mesmo comportamento com aquelas redes de lojas que se caracterizam por manter presença em determinadas regiões do país mesmo que sem presença nacional.
Também no setor de moda e confecção, pudemos presenciar a reação contra a crise. Grandes magazines e redes das principais grifes que habitam os nossos queridos shopping centers não deixaram por menos e liquidaram pra valer! Conseguiram um crescimento de 2,2% em relação a dezembro/08.
Tudo isso sem comentarmos o índice ampliado que inclui automóveis! Veículos e motos, partes e peças, registraram alta de 11,1% em relação a dezembro. Neste caso também devemos considerar a queda de preços justificados ou não pela redução do IPI.
O que queremos destacar é que o varejo mostrou sua força e trouxe dinheiro para dentro do caixa das empresas. Os veículos de comunicação que o digam. Com a queda repentina no investimento de marketing por parte da indústria, o varejo foi o salvador da pátria neste inicio de ano para jornais e tv´s do nosso pais.
O que queremos destacar é que, em situações de crise, a saída é essa mesma: agir agressivamente e realizar negócios.
Podem ter havido várias motivações para os varejistas agirem da forma com que agiram. Muitas vezes tais reações são quase instintivas para quem atua no varejo, mas sem entrar por essa argumentação pelo menos exótica, destacamos talvez a principal:
  • Necessidade de desovar estoques.
    Acelerando o giro dos estoques, consegue-se vender antes do vencimento das faturas, gerar caixa, fazer imagem e, então pensar na reposição dentro de um cenário de crise quando a pressão sobre os fornecedores deve aumentar e conseqüentemente provocar melhores condições de reposição de novos estoques;
Não sabemos os resultados que o varejo vai apurar em termos de rentabilidade destas vendas.
Provavelmente serão baixos mas mesmo assim são a melhor alternativa entre vender sem lucro ou não vender.
O desafio daqui em diante será portanto a rentabilidade.
Até a próxima edição do MINUTO DO VAREJO.
Abraços,
Prof. Ricardo Pastore
Coordenador do Núcleo de Estudos de Varejo – ESPM