O ano de 2020 foi marcado pela ascensão do e-commerce. Por causa da pandemia, as compras online ganharam mais espaço em todo o mundo, com crescimento de 75% apenas no Brasil. Na China, país em que o canal de venda já tinha uma boa penetração no consumo, os efeitos pandêmicos podem trazer um cenário novo: em 2021, o país pode ser o primeiro do mundo no qual o e-commerce vai superar a venda das lojas físicas. É o que mostra pesquisa realizada pelo eMarketer.

Contudo, ainda que a pandemia tenha alavancado os números do e-commerce chinês e diminuído o das lojas físicas, ela não será a única responsável pelo alcance da marca. A China tem um desenvolvimento tecnológico fomentado há anos. Canais de compra online são muito bem aceitos pela população. Um exemplo é o social commerce, estratégia que mistura redes sociais com marketplaces e deve atingir US$ 474,81 bi em 2023. Para se ter um ideia, esse mercado é 10 vezes maior do que o americano.

A cada 100 compras, 52 serão online na China

Segundo pesquisa do Marketer, empresa de pesquisa norte-americana, 52,1% das vendas na China serão feitas por e-commerce em 2021. O número é superior ao apresentado em 2020, no qual a porcentagem de vendas online fechou em 44,8%.

É a primeira vez na história que o número de compras no e-commerce ultrapassará as vendas das lojas físicas em um país. A previsão da pesquisa destaca que, até 2024, as vendas do e-commerce chinês atingirão 58,1%.

lojas físicas
Gráfico mostra projeção de vendas do e-commerce chinês até 2024 em porcentagem e trilhões de dólares. Foto: eMarket.

Para se ter ideia de como a China está muito à frente dos demais, a pesquisa abriu uma comparação com os três maiores países com altos números de vendas por e-commerce. Em segundo lugar, atrás da China, está a Coréia do Sul. Para 2021, o país irá transacionar 28,9% das vendas no varejo online. Os Estados Unidos aparecem em terceiro lugar, com 15%.

A China registrou aumento de 27,5% nas transações de e-commerce de 2019 para 2020. Já para 2021, a previsão é de que haja crescimento de 21%.

Os números refletem na solidez do mercado no País. Entre a lista dos 10 unicórnios mais valiosos do e-commerce, a China aparece entre as primeiras colocações. A Shenzhen, segundo lugar da lista, está avaliada em US$ 15 bilhões. Em terceiro lugar, a Chehaoduo vale U$9 bilhões.

Fórmula do sucesso

Para atingir um número tão alto no e-commerce, a China passou por longos processos para massificação de plataformas que incentivassem a compra e venda online.

Dez anos atrás, a penetração e-commerce do país era semelhante ao dos Estados Unidos — 5% e 4,9%, respectivamente. Mas o investimento em plataformas de social commerce e a venda por live commerce alavancaram as vendas chinesas. Sem contar com a criação de superapps, que oferecem tudo em um só lugar. Além das estratégias de venda, vale destacar que os sistemas digitais de pagamento também são inovadores.

Outro ponto de destaque vai para o delivery. Entre 2000 e 2010, os milhões de trabalhadores da China faziam com que as entregas fossem feitas no mesmo dia, com taxas baixas. Hoje, a entrega continua rápida, mas com taxas um pouco mais altas. Apesar do aumento no valor, ainda há um bom custo-benefício aos consumidores.

Tudo isso faz com que a China mantenha o posto de varejo mais digital do mundo.

(Por NoVarejo – LUIZA VILELA)

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