Cada vez mais, os varejistas estão focando seus esforços para expandir suas atuações no interior. As vantagens deste investimento costumam ser os custos menores e a proximidade maior com os clientes. “Normalmente, no interior e cidades de menor porte, o atendimento faz toda a diferença. Essa interação entre a população local e o negócio ajuda a construir a imagem da marca na região”, disse Luiz Francisco Saragiotto, diretor de operações das Lojas Avenida.

Ainda de acordo com o executivo, esta proximidade faz com que a fidelização do cliente seja mais rápida no interior. Isso ajuda a atrair os clientes aos programas de fidelidade. Nas Lojas Avenida, 50% das vendas são feitas por meio do cartão fidelidade. Cerca de 2 milhões de clientes da rede varejista usam essa forma de pagamento.

Outra característica a ser considerada são as diferentes características do consumo em cada região. No Norte e no Centro-Oeste, por exemplo, onde a rede possui 122 unidades,  as compras acontecem de forma muito sazonal. “Temos que saber exatamente quais categorias e tamanhos de produtos enviar para essas regiões. Por exemplo, no Norte, no período de julho, o volume de peças de banho aumenta bastante”, informou Saragiotto.

O ticket médio das Lojas Avenida é de cerca de R$ 100. Em 2018, o faturamento da rede foi de R$ 900 milhões. A expectativa de crescimento para 2019 é de 5,4%.

Já para Leonardo Castelo, presidente da rede de limpeza Ecoville, as operações no interior possuem outras vantagens, relacionadas ao faturamento e aos custos fixos de funcionamento das lojas. . “Esses locais costumam ter o dobro de potencial de receita do que em grandes centros urbanos no curto prazo. Em relação ao investimento em comunicação, o retorno é bem maior”, afirmou Castelo.

A rede Ecoville opera atualmente com dos formatos de operação, um de lojas tradicionais e outro de unidades móveis. “A proposta do carro é um trunfo nessas cidades de interior por conta da tradição da venda feita porta a porta”, esclareceu o executivo.

A empresa possui 280 unidades franqueadas, considerando os dois modelos. Para 2019, a expectativa é crescer 60% em faturamento, com a expansão das operações no interior e homologação de itens.

A Via Varejo também vem apostando no interior do país. A companhia lançou um novo formato de lojas para a bandeira Casas Bahia, voltado para cidades com até 70 mil habitantes.  O modelo é cerca de 60% menor do que o das unidades tradicionais das grandes cidades. “Na medida em que temos um ponto físico nessas localidades, o consumidor tem a possibilidade de comprar pela internet e receber o produto de forma imediata”, disse Marcelo Nogueira, diretor de vendas em lojas físicas da Via Varejo.

O abastecimento das lojas é feito por meio da atual malha logística da controladora. Os itens mais vendidos nestas lojas são celulares, televisões e itens da linha branca. Já foram inauguradas três lojas do modelo. “Estamos com foco maior na abertura de novas unidades no Estado de São Paulo, no Nordeste e em Minas Gerais”, informou Nogueira.

A companhia deseja inaugurar mais lojas do modelo reduzido. De acordo com o executivo da empresa, cerca de 200 praças foram mapeadas para a expansão. Serão feitas análises de desempenho desses novos negócios e os locais com maiores taxas de crescimento serão priorizados. “Pensamos em um modelo de loja mais compacta tanto para ter uma exposição de produtos mais eficiente como para operar com custos menores”, disse Nogueira.

(Por Mercado&Consumo) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM, Interior