O varejo brasileiro apresentou crescimento de 2,2% em junho na comparação com o mesmo período de 2017, descontando a inflação que incide sobre a cesta de setores do varejo ampliado. É o que aponta o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) divulgado nesta terça-feira (17). Em termos nominais, número que reflete o que o varejista de fato observa na receita das suas vendas, o indicador registrou alta de 5,5% na comparação com junho do ano anterior.

Vale observar que o resultado do mês foi beneficiado pelo calendário. Em relação ao mesmo período do ano passado, o mês teve uma quinta-feira a menos e um sábado a mais, e a ausência do feriado de Corpus Christi, que este ano caiu em maio. Ajustado a estes efeitos de calendário, o índice deflacionado apontaria forte desaceleração, indo de 3,1% em maio para 1,1% em junho. Já pelo ICVA nominal, usando o mesmo conceito, o indicador desaceleraria de 4,7% para 4,4% na passagem de maio para junho.

“O mês ainda teve um Dia dos Namorados particularmente forte, o que contribuiu positivamente para o resultado. Entretanto, não foi suficiente para compensar o efeito dos jogos do Brasil na Copa do Mundo, que impactaram negativamente o mês em cerca de dois pontos percentuais no ICVA nominal”, explica Gabriel Mariotto, diretor de Inteligência da Cielo. “Por outro lado, houve expressiva alta de preços em junho, o que fez com que as receitas nominais do mês não fossem tão prejudicadas” conclui.

DIA DOS NAMORADOS

O ICVA nominal no período do Dia dos Namorados (9 a 12 de junho) registrou alta de 7,5% – bem acima da média do mês – na comparação com as mesmas datas do ano passado, contribuindo positivamente para o resultado do mês. A alta foi puxada principalmente pelos setores de Vestuário e Óticas e Joalherias. Vale observar que a véspera (dia 11) já apresentou grande aumento de vendas, o que não ocorreu no ano passado.

COPA DO MUNDO

Os três jogos da seleção brasileira da primeira fase da Copa do Mundo realizados em junho impactaram negativamente as vendas do varejo. A média da queda na receita de vendas nos três dias foi de 25%, comparando com dias similares do mês. O impacto foi distinto nos diferentes setores. Alguns setores específicos, como Padarias e Bares, foram beneficiados, porém a maioria dos setores foi prejudicada. Setores com grande representatividade no varejo, como Vestuário, Móveis, Eletro e Lojas de Departamento, entre outros, tiveram quedas de mais de 40% em relação a dias regulares.

INFLAÇÃO

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apurado em junho pelo IBGE apontou alta de 4,39% no acumulado dos últimos 12 meses, com uma aceleração em relação ao número registrado em maio (2,85%). Foi o índice mais alto desde de março de 2017. Os blocos de Alimentação no Domicílio, Transportes (principalmente Combustíveis) e Habitação – que não influencia diretamente no varejo –, contribuíram para a aceleração do índice.

Ponderando o IPCA pelos setores e pesos do ICVA, a inflação no varejo ampliado em junho ficou em 3,3%, tendo uma aceleração de 1,7 pontos percentuais em relação ao registrado em maio (1,6%).

SETORES

Os setores que compõem o grupo de Bens Duráveis e Semiduráveis – como Vestuário, Materiais para Construção, Moveis, Eletro e Lojas de Departamento – sofreram com o impacto dos dias de jogos do Brasil, como comentado. Entretanto, já vinham de um mês de maio bastante negativo nestes setores, por conta dos efeitos da paralisação dos caminhoneiros naquele mês.

Em relação ao bloco de Bens Não Duráveis, os setores que mais impactaram o resultado do mês de junho foram Supermercados e Hipermercados e Postos de Combustíveis, ambos ainda com reflexos da paralisação dos caminhoneiros no mês anterior. Os dois setores tiveram desaceleração em junho, mas apresentaram alta de preços, o que fez com que o crescimento da receita nominal se mantivesse em patamar semelhante ao do mês de maio.

“Particularmente para o setor de Supermercados, a desaceleração era esperada, considerando o pico de vendas observado durante a paralisação dos caminhoneiros em maio, por conta da estocagem de produtos pelos consumidores. Porém, o efeito reverso em junho foi menor do que a expectativa, e no resultado líquido o setor se beneficiou,” explica Mariotto.

REGIÕES

Em relação às regiões, destaque para as regiões Sul e Norte, que apresentaram as maiores desacelerações dentre as regiões brasileiras segundo o ICVA Deflacionado com ajuste de calendário.

Pelo ICVA deflacionado sem ajustes de calendário, comparando com o mesmo período do ano anterior, o varejo ampliado na região Norte apresentou alta de 6,5%, seguido pelas regiões Sul e Nordeste com 5,0% e 4,1% respectivamente. Por fim, vale mencionar as regiões Centro-Oeste, com alta de 4,0%, e o Sudeste, com alta de 0,2%.

Pelo ICVA nominal – que não considera o desconto da inflação – o destaque foi a região Nordeste, que registrou alta de 8,6%. Em seguida, temos as regiões Norte e Sul com crescimentos de 8,4% e 7,9% respectivamente. Já as regiões Centro-Oeste e Sudeste apresentaram crescimentos de 7,7% e 3,8% respectivamente.

SEGUNDO TRIMESTRE DE 2018

O ICVA encerrou o segundo trimestre de 2018 com crescimento de 2,4% em relação ao mesmo período do ano passado, depois de descontada a inflação. O resultado indica aceleração em relação ao primeiro trimestre de 2018, que teve crescimento de 1,7%. Em termos nominais, o índice também apontou aceleração de 3,2% para 4,5% no mesmo período de análise.

PRIMEIRO SEMESTRE DE 2018

Na visão semestral, o ICVA também teve aceleração, indo de 1,2% no segundo semestre de 2017, para 2,1% no primeiro semestre de 2018, depois de descontada a inflação. Já em termos nominais, o índice também apontou crescimento de 3,8% no primeiro semestre deste ano, acelerando em relação aos 2,0% registrados no segundo semestre do ano passado.

SOBRE A CIELO

Somos mais que uma máquina, somos uma empresa de tecnologia e serviços para o varejo. Lideramos o segmento de pagamentos eletrônicos na América Latina e nos tornamos uma das dez maiores corporações brasileiras em valor de mercado. Em 2017, capturamos em nossas plataformas mais de 7,3 bilhões de transações e R$ 613,8 bilhões em volume financeiro. A nossa crença é mover o mercado, e a ponta de pagamento é a porta de entrada para diversos serviços inteligentes e conectados entre si: oferecemos um portfólio de soluções para atender às necessidades dos nossos mais de 1,15 milhão de clientes ativos, desde os empreendedores individuais até os grandes varejistas espalhados por todo o país. Além de uma estrutura que mantém os negócios em movimento, com tecnologia de ponta, logística eficiente e os mais rígidos padrões de segurança, provocamos o mercado a evoluir. Inquietos, somos máquina, internet, celular e o que mais vier. Acreditamos que nenhum negócio nasceu para ficar parado e a nossa vocação é despertar essa mesma inquietude em cada um dos nossos clientes.

SOBRE O ICVA

O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) acompanha mensalmente a evolução do varejo brasileiro de acordo com a sua receita de vendas, com base em um grupo de mais de 20 setores mapeados pela Cielo, de pequenos lojistas a grandes varejistas. O peso de cada setor dentro do resultado geral do indicador é definido pelo seu desempenho no mês.

O ICVA foi desenvolvido pela área de Inteligência da Cielo com base nas vendas realizadas nos mais de 1,5 milhão de pontos de vendas ativos credenciados à companhia. A proposta do Índice é oferecer mensalmente uma fotografia do desempenho do comércio varejista do país a partir de informações reais.

COMO É CALCULADO

A gerência de Inteligência da Cielo desenvolveu modelos matemáticos e estatísticos que foram aplicados à base da companhia com o objetivo de isolar os efeitos do comportamento competitivo do mercado de credenciamento, como a variação de market share, bem como isolar os efeitos da substituição de cheque e dinheiro no consumo – dessa forma, o indicador não reflete somente a atividade do comércio pelo movimento com cartões, mas, sim, a real dinâmica de consumo no ponto de venda.

Esse índice não é de forma alguma a prévia dos resultados da Cielo, que é impactado por uma série de outras alavancas, tanto de receitas quanto de custos e despesas.

(Por Agência Ideal H+K)