As ações da companhia de alimentos BRF caíram 19,8% nesta segunda-feira, levando a uma perda de quase 5 bilhões de reais em valor de mercado. Com a queda, as ações fecharam em 24,73 reais — o valor mais baixo para o papel desde agosto de 2011. Desde que o empresário Abílio Diniz promoveu uma grande mudança na gestão da companhia, em julho de 2015, a BRF perdeu mais de 37 bilhões de reais em valor de mercado.

O ex-presidente da companhia, Pedro de Andrade Faria, e o ex-vice-presidente Hélio Rubens Mendes dos Santos Júnior foram presos na nova fase da Operação Carne Fraca, que mira fraudes laboratoriais no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

A operação, batizada de Trapaça, aponta que cinco laboratórios e setores de análises da BRF fraudavam resultados de exames. O delegado da Polícia Federal encarregado das investigações, Maurício Moscardi Grillo, disse que provas e emails coletados indicam que as fraudes foram cometidas entre 2012 e 2015, e que, em depoimentos, ex-executivos afirmaram que a má conduta era parte da “estratégia da empresa”.

O esquema, segundo a PF, foi exposto pela ex-supervisora laboratorial Adriana Marques Carvalho, que anexou cópias de emails internos da BRF em ação trabalhista. Ela afirma que era obrigada por seus superiores a alterar resultados de exames. Segundo a PF, a direção da empresa tentou selar um acordo com Adriana sem questionar a acusação.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários a BRF informou que está colaborando e disse estar se “inteirando dos detalhes” da investigação.

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