Nas últimas semanas nos deparamos com duas grandes notícias de forte repercussão no mercado de startups no Brasil. A primeira foi a compra de 49% da corretora XP Investimentos, considerada pelo mercado a fintech brasileira mais bem-sucedida, pelo Banco Itaú, por R$ 6,3 bilhões. A outra foi o aporte de US$ 100 milhões que o aplicativo brasileiro 99, que permite chamar táxis e carros particulares, recebeu da empresa japonesa SoftBank. Esses dois exemplos, em cenários distintos, mostram a força desse setor na economia e isso faz com que surjam diversos questionamentos, como por exemplo: será que as startups vão substituir as grandes empresas ou serão incorporadas por elas?

Vivemos o boom do empreendedorismo tecnológico, para cada setor da economia que olhamos há startups oferecendo soluções para dar mais praticidade ao dia a dia das pessoas e, principalmente, dos negócios. Claro que ainda há muito espaço para ser conquistado e uma de nossas missões é que em 2035, 5% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro seja provido pelo setor. É uma meta audaciosa, porém plausível, basta ver o crescimento do mercado.

Nos próximos anos, veremos com mais frequência as grandes empresas se aproximando das startups, não somente com a intenção de adquirir negócios, mas também com o objetivo de somar esforços em prol da melhoria de ambos. É fácil perceber esse movimento com hackatons, projetos de aceleração, pitch corporates e até coworkings financiados por grandes empresas, mas qual é o intuito dessas iniciativas. Elas servem para monitorar, incorporar e aprender com as startups e as novas tecnologias que estão surgindo. As empresas e processos estão ficando cada vez mais tecnológicos e isso não é mais segredo para ninguém. Acompanhar essas mudanças requer ficar próximo a elas e é esse movimento que estamos vendo.

Nessa equação não são só as empresas que saem ganhando. Startups ganham vendendo suas soluções, conseguindo mais ferramentas e recursos e se aproximando de grandes líderes do mercado. A colaboração entre empresas e startups traz ganhos para todos os lados, inclusive para o consumidor que se beneficia de produtos cada vez mais ágeis, inovadores e personalizados.

É claro que teremos também cada vez mais o movimento de aquisição, seja por conta de soluções tecnológicas ou apenas pelo simples fato de tirá-las do mercado e acabar com a concorrência. Porém, quem abre uma startup já sonhando em vender o negócio para uma grande empresa, está investindo errado no negócio. Vender é efeito colateral de um produto bem feito e isso leva tempo e, principalmente, muito esforço.

Creio que veremos cada vez mais essa aproximação entre os dois lados, por meio de relações saudáveis que irão beneficiar não somente as startups e grandes empresas, mas sim toda a sociedade, gerando novos empregos e oportunidades de negócios gerando um impacto social positivo para todos.
Rafael Ribeiro é diretor executivo da ABStartups. Formado em ciências da computação e com especialização em marketing, Rafael foi co-fundador da Weblinia e da Monster Joy.

(Por PiaR Comunicação – Rafael Ribeiro) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM