CNova, Sephora, Droga Raia, iFood, negócios online de ramos e tamanhos distintos, com uma coisa em comum: a processadora de transações por trás de todas as operações realizadas por eles no país.

Ainda que seu nome seja um pouco desconhecido, a MundiPagg processa cerca de 40% das transações das compras virtuais do Brasil. Isso não é pouco: em 2016, o volume de compras no comércio eletrônico foi de 53,4 bilhões de reais segundo a empresa Ebit.

E ela quer ser ainda maior. A empresa não revela seu faturamento, mas dá uma dimensão do quanto já cresceu – teve um salto de 80% de 2015 a 2016 e o plano é avançar outros 70% em 2017.

São mais de 5.000 lojas que contam com o sistema da companhia. Entre seus clientes, além dos já citados, estão as maiores do comércio eletrônico, como B2W, Renner, Havan, Hotel Urbano e Ingresso Certo e aplicativos como o Abastece Aí e Pedidos Já.

Criada há 5 anos, a empresa tem 90 funcionários em dois escritórios, no Rio de Janeiro e em São Paulo, e quer chegar a 110 até o final deste ano.

Novas opções

Recentemente, a MundiPagg atualizou o seu sistema para incluir novos modelos de pagamento. Alguns exemplos são as wallets, carteiras virtuais que permitem a inclusão de créditos pré-pagos para compras na loja, opções de divisão em vários compradores ou diferentes meios de pagamentos para um mesmo pedido e o checkout por e-mail, que envia o link para o endereço desejado para pagamento posterior ou por outra pessoa.

Sky e Avon são duas das empresas que já estão usando algumas das novidades. Agora, a ideia é ir para o mundo físico.

“Nossa tecnologia pode ser usada além do e-commerce, em qualquer transação não presencial”, afirmou João Barcellos, CEO da MundiPagg.

Ou seja, qualquer pagamento que não precise de um chip físico pode ser feito pelo sistema da companhia, explica ele. Isso inclui diversos pagamentos recorrentes, como academia, condomínio e outras mensalidades que hoje são pagas principalmente por meio de boleto bancário.

Caminho direto

A MundiPagg é um gateway de pagamentos, um ramo de negócios que parece bastante confuso por ter tantas empresas atuando em diversos segmentos dentro do mesmo escopo: realizar as transações.

No mundo físico, o lojista pode receber os pagamentos com cartão através das máquinas de adquirentes, como Cielo, Rede, Getnet e a PagSeguro.

Essas máquinas, no entanto, não existem no meio online. Um lojista que queira vender pela internet precisa escolher um meio de pagamento para integrar ao seu site.

Nesse sentido, os nomes mais conhecidos são os das subadquirentes, ou facilitadoras, como Moip, PayPal, Mercado Pago e SumUp e Payleven (essas duas últimas, por sinal, anunciaram uma fusão no ano passado). A PagSeguro também tem uma operação online, que conecta o lojista às adquirentes.

Todas essas opções são muito usadas por pequenos comércios eletrônicos, pela facilidade de fazer um cadastro e isenção de mensalidade. As empresas cobram uma porcentagem sobre cada transação.

No entanto, essa taxa não faz sentido para as gigantes do comércio eletrônico, que precisam negociar fatias menores pelo grande volume de vendas realizados diariamente . É aí que entram os gateways, sistemas que funcionam como chaves para a conexão direta entre o lojista e as adquirentes.

Por meio deles, varejistas e adquirentes negociam diretamente o custo das transações, além de poderem contar com outras opções de pagamentos para os clientes, como por meio de boletos e cartões de débito.

Ao contrário do que acontece com as subadquirentes, que recebem o pagamento do cliente e o repassam ao lojista, o dinheiro não passa pelos gateways e, ao invés de uma porcentagem da transação, ele recebe apenas alguns centavos por compra.

Negócios melhores

Além de processar os pagamentos, a MundiPagg também quer ajudar seus clientes a aumentarem as vendas. “Hoje, o grande problema das compras online é a conversão”, diz Barcellos.

No restaurante ou loja, o vendedor tem várias máquinas de processadoras diferentes. Se um sistema estiver com problemas ou fora do ar, ele tenta no outro. Essa troca é mais difícil para o varejista online, que ainda tem o risco do cliente não conseguir fechar uma compra, por desistir ou postergar.

A companhia quer mudar esse cenário: como o seu sistema se conecta com várias adquirentes, é possível que, caso um falhe, o próximo seja acessado, quase como acontece com um lojista de uma loja física que troca de máquina quando uma dá erro. Com a diferença que, online, o cliente nem percebe que a situação está acontecendo com ele.

Essas facilidades ajudam as pessoas a finalizarem suas compras online com mais rapidez – o que é ótimo para as empresas clientes. De acordo com a companhia, a taxa de conversão de compra das transações nas varejistas atendidas sube, na média, de 70% para 86% com a adoção do sistema.

(Por Exame) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM