A batalha pelo domínio do varejo nos Estados Unidos que vem sendo travada pela Amazon e pelo Walmart entrou em novo território depois que a empresa de comércio eletrônico anunciou que pretende oferecer descontos substanciais para a adesão ao programa Prime de consumidores que recebem assistência do governo americano.
Numa iniciativa que visa “roubar” do Walmart sua base de clientes de renda mais baixa, a Amazon disse que aqueles que hoje possuem um cartão válido de Transferência Eletrônica de Benefícios (EBT, na sigla em inglês) – ou cupons de alimentação – poderão aderir ao programa Prime por US$ 5,99 ao mês, comparado aos US$ 10,99 mensais ou U$ 99 anuais que normalmente cobra.
O grupo varejista de Seattle quer elevar sua presença em supermercados – que tradicionalmente é um ponto forte da Walmart. A Amazon vem desenvolvendo seu próprio programa de entrega de produtos de supermercado, o AmazonFresh, desde 2007, e anunciou em dezembro o plano de criação da Amazon Go, uma loja de conveniência livre de caixas.
Ao tornar mais acessível seu programa Prime e seus benefícios – incluindo o streaming gratuito de vídeos e músicas, armazenagem ilimitada e entrega de produtos em dois dias -, a Amazon espera convencer as pessoas que recebem cupons de alimentação a fazer suas compras de supermercado pela internet.
“Elaboramos essa opção de afiliação para os clientes que recebem ajuda do governo, para tornar nossas escolhas do dia-a-dia e economias mais acessíveis, incluindo os muitos benefícios de conveniência e entretenimento do Prime”, disse Greg Greeley, vice-presidente da Amazon Prime.
A empresa acrescentou que está em busca de novas maneiras para ampliar o plano de descontos para os clientes que recebem outras formas de ajuda do governo. A decisão de tentar atrair os clientes de baixa renda ocorre apenas uma semana depois que o Walmart anunciou novos planos para desafiar a Amazon no comércio eletrônico.
Num esforço de se equiparar à capacidade da Amazon de entregar um produto em dois dias, ou mesmo em um, a varejista de Bentonville informou que está testando um programa em que funcionários de suas lojas são enviados para entregar, no fim de seus turnos de trabalho, encomendas feitas pela internet.
O Walmart é a maior varejista do mundo e teve uma receita de US$ 486 bilhões no último ano fiscal, em comparação aos US$ 136 bilhões da Amazon, mas ela está bem atrás no comércio eletrônico.
A Amazon responde por um terço de todas as compras online realizadas nos Estados Unidos, e esse número deverá crescer para 50% até 2021, segundo a Needham & Co.
Num esforço para acabar com essa diferença, o Walmart vem numa sequência de aquisições. No terceiro trimestre de 2016 comprou a Jet.com por US$ 3,3 bilhões. Também abocanhou sites de nicho como a vendedora de roupas femininas MocCloth e o Moosejaw, de em equipamentos e roupas para atividades ao ar livre.
(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM