Quase um terço dos moradores de São Paulo afirmam estar comendo menos carne após a Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal em 17 de março.De acordo com pesquisa do Datafolha, 30% dos paulistanos que comem carne dizem ter reduzido o consumo, enquanto 68% afirmam não ter modificado sua alimentação em decorrência da operação. Outros 2% dizem ter passado a comer mais carne após a realização da operação. Foram entrevistadas 1.067 pessoas em São Paulo. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

A redução foi maior entre os 93% que dizem estar informados sobre a operação. No grupo, 31% dizem ter passado a consumir menos carne. Já entre os que afirmam não estar informados, o percentual que apontou redução é de 13%.

Polícia Federal
A maioria dos entrevistados (70%) considera que o modo como a operação foi conduzida pela Polícia Federal foi adequado. Entre os 23% que consideram que a condução não foi adequada, a maior parte deles (12% do total) gostaria que a ação tivesse sido mais rigorosa, enquanto 9% disseram que ela foi rigorosa demais.

A operação teve como objetivo investigar um grupo de fiscais e executivos suspeitos de negociar propinas para liberar produtos fora das especificações sanitárias.

Vendas
Associações empresariais afirmam que, apesar de os entrevistados dizerem estar consumindo menos carne, as vendas para o mercado interno seguem estáveis. Segundo Francisco Turra, presidente executivo da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), é provável que consumidores estejam adotando um comportamento mais cauteloso na seleção de produtos, mas não tenham deixado de comprar.

“Eles seguem comprando. Estão desconfiados, escolhendo mais, olhando mais datas de validade, mas não deixam de consumir.”

Rodrigo Mariano, gerente de economia e pesquisa da Apas (Associação Paulista de Supermercados) também afirma que as vendas não sofreram impacto relevante. Não houve redução de preços causados por queda da demanda em março, diz.

(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM