Gigante do varejo on-line, a Amazon foi considerada agora a pouco a varejista do ano, no World Retail Congress 2017, um dos mais importantes eventos de varejo do mundo que acontece nesta semana em Dubai (Emirados Árabes) e teve a cobertura de NOVAREJO.
É fácil de entender os motivos para a vitória. Considerada varejista com maior valor de marca do mundo – avaliada em US$ 98 bilhões, um crescimento de 59% em relação a 2016 – a Amazon segue com investimentos fortes em tecnologia e uma estratégia forte de escalar o negócio geograficamente.
Além do tradicional e-commerce, a gigante de tecnologia tem investido em streaming e produções de séries, tal como Netflix, sem contar na atuação no mercado de serviços corporativos, que já atendem a mais de 200 mil pequenos e grandes negócios.
O grande trunfo da companhia, porém, é o Amazon Prime, serviço de benefícios da companhia, que, segundo estimativas de mercado, já beira os 50 milhões de membros ou mais. O serviço tem impulsionado o crescimento da empresa.
Os próximos passos da Amazon
Há anos, a Amazon causa pesadelos em varejistas do mundo inteiro. Não contente em ter conquistado o mercado online, a gigante da internet pode, de fato, usar todo o seu conhecimento tecnológico para concorrer também em lojas físicas. E, de acordo com o jornal americano The New York Times, esse pesadelo pode estar se tornando realidade.
Uma fonte da Amazon falou ao veículo sobre os planos da empresa (a fonte foi mantida no anonimato porque os planos seriam ainda confidenciais). E, depois de ter anunciado o que pode ser o supermercado do futuro, ela tem planos mais ambiciosos. As informações relatam testes que, se derem certo, podem mudar o modo de operação atual do varejo, já que com o tipo de automação que a empresa promete introduzir, as lojas tradicionais poderiam ser tiradas de sua zona de conforto.
Ao mesmo tempo, investir em lojas físicas em diferentes lugares, a Amazon pode conseguir realizar seus planos de realizar entregas em poucas horas. A empresa está explorando a ideia de investir em lojas de móveis e eletrodomésticos, produtos que os consumidores relutam em comprar online. A ideia é que as lojas funcionem como grandes showrooms onde as pessoas poderiam conferir os itens pessoalmente, e receberiam os produtos em casa.
Poder tecnológico
Até aí, isso poderia ser facilmente parecido com as lojas já existentes no mercado. Se não estivéssemos falando da Amazon, claro. A gigante da internet é detentora de grande poder tecnológico e a ideia seria colocar toda essa tecnologia em prática. Assim, os planos incluem o uso de realidade aumentada ou virtual para que os consumidores possam ver como sofás, fogões e outras peças ficariam em suas casas.
Ainda de acordo com o jornal, a Amazon também anda flertando com um projeto de loja de eletrônicos similar às lojas da Apple. Elas dariam destaque aos devices e serviços da própria Amazon, como o Echo e o serviço de vídeo treaming Prime Video.
Na área de mantimentos, na qual a Amazon até então vinha lutando para se encontrar, a empresa já abriu uma espécie de supermercado onde não são necessários caixas para pagamento e uma espécie de “drive-through para compras”, além de um ponto de coleta de compras diferenciado, ambos em Seattle.
Processos inovadores
É possível que algumas dessas ideias nunca saiam do papel. Grupos dentro da Amazon são sempre encorajados a criar novas ideias (como a entrega por drones, por exemplo). Muitas delas não vão para frente. “Estamos sempre pensando em novas maneiras de atender ao consumidor, mas pensar é diferente de planejar”, disse Drew Herdener, um porta-voz da empresa, ao The New York Times.
Apesar do imenso sucesso da Amazon na internet, a empresa já percebeu que há muitos produtos que os consumidores preferem comprar pessoalmente. Especialmente no setor alimentício: as pessoas gostam de ver as frutas e os vegetais que estão comprando. Por isso, a Amazon patinou no segmento. Assim, a empresa voltou atrás em afirmações prévias de que estava satisfeita com o e-commerce, e vem investindo em novas ideias.
(Por NoVarejo – Camila Mendonça – Laura Navajas) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM