A gigante anglo-holandesa de bens de consumo Unilever anunciou nesta quinta-feira (6/4) planos para sair da divisão de margarinas, combinar duas de suas principais unidades de negócio e impulsionar os retornos para os acionistas com um maior dividendo e um programa de recompra de ações.

As medidas são resultado de uma revisão estratégica e surgem num momento em que o presidente Paul Polman tenta acalmar os investidores, depois de rejeitar uma oferta de aquisição de US$ 143 bilhões feita pela rival Kraft Heinz.

A empresa, que inclui as marcas Hellmann’s e Dove, disse que o futuro do negócio de margarinas – onde é dona das marcas Becel e Flora, entre outras – está agora “fora do grupo” e será vendido ou separado das operações principais.

Os analistas estimam que a unidade pode valer entre 7 bilhões de euros e 8 bilhões de euros. Apesar do crescimento lento, a unidade não é apenas mais um negócio para a Unilever. A empresa foi formada em 1929 por meio de uma fusão entre a fabricante de sabão britânica Lever Brothers e a empresa holandesa de margarinas Unie, fundada em 1872.

Alimentos e bebidas juntos

A Unilever anunciou também que vai combinar as unidades dos alimentos e de bebidas, com o objetivo de impulsionar o crescimento e reduzir custos. No geral, a companhia disse que as várias iniciativas permitirão reduzir os custos de 4 bilhões de euros a 6 bilhões de euros.

A empresa também anunciou que pretende recomprar até 5 bilhões de euros em ações este ano e que vai aumentar os dividendos em 12%. A última recompra de ações da Unilever ocorreu em 2007. Seu último dividendo especial foi em 1999.

O objetivo da companhia, após a reestruturação, é atingir uma margem  operacional de 20% em 2020, em comparação com 16,4% em 2016.

A empresa tem lutado para crescer volumes nos últimos trimestres, contando com aumentos de preços para aumentar a receita, algo que Polman considera insustentável.

Nas bolsas, a cotação da Unilever recuou nos meses anteriores à abordagem da Kraft, por conta de um crescimento mais lento das vendas em 2016, afetada por problemas em grandes mercados como a Índia e o Brasil. As ações da companhia sobem 1,15% em Londres na manhã desta quinta-feira, para 39,85 libras.

(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM