A Mondelez International, dona das marcas Lacta, Trident e Oreo, fixou como meta global atingir US$ 1 bilhão em vendas online de alimentos até 2020. No Brasil, a companhia começou na terça-feira (28/3) a venda direta aos consumidores de ovos de Páscoa e chocolates em um site da Lacta. A Nestlé informou ao Valor que começa a venda online de produtos de Páscoa em seu site a partir da próxima segunda-feira (3/4).
O comércio eletrônico de alimentos é um mercado ainda incipiente no Brasil e no mundo. De acordo com dados da Ebit, empresa de pesquisas de mercado, a venda online de alimentos industrializados, frescos e congelados representa hoje 1% do faturamento do comércio eletrônico do país, ou R$ 444 milhões. Nos Estados Unidos, essa categoria responde por 3% do total comercializado pela internet. Esses percentuais não incluem as vendas de refeições prontas por restaurantes ou serviços de entrega como iFood.
“A venda de alimentos industrializados, congelados e frescos demanda uma estrutura de distribuição mais complexa. Em um país extenso como o Brasil é inviável distribuir alimentos para o país inteiro”, ponderou Pedro Guasti, presidente da Ebit. Atualmente, 1% dos 18,5 mil supermercados no Brasil vendem alimentos on-line, com distribuição regional.
Entre as grandes redes varejistas de autosserviço, o Carrefour anunciou recentemente que avalia lançar a venda online de alimentos neste ano, mas ainda avalia como será a logística de entrega. “Por enquanto as iniciativas vêm do varejo regional, mas a expectativa é que esse mercado cresça, à medida que grandes companhias comecem a estudar iniciativas de entrar no varejo online de alimentos”, acrescentou Guasti. Ele observou que, nos Estados Unidos, a Amazon e o Google entraram nessa categoria em 2016.
A venda online de ovos de Páscoa já era feita no país desde 2015 por sites de comércio eletrônico, mas não pelos próprios fabricantes. A Mondelez começou a venda online recentemente nos Estados Unidos, China e Alemanha – e, agora, no Brasil. No mercado brasileiro, a companhia contratou a Brasil/CT para fazer a distribuição dos produtos vendidos em seu site em caminhões refrigerados.
Maria Clara Batalha, gerente de comércio eletrônico da Mondelez Brasil, considera que a iniciativa vai estimular o consumo. “O consumidor vai aproveitar o tempo em que não poder ir a uma loja para fazer as encomendas online”, disse. De acordo com Maria Clara, 40% da venda online da Mondelez é feita na Páscoa, o que motivou o lançamento do site próprio neste momento. “A ideia é fazer a venda direta em ocasiões especiais, como Natal, Dia dos Namorados. No restante do ano, as marcas ficam disponíveis no varejo físico e online.”
(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM