Não é novidade para quem é do segmento varejista que, dentro do mercado on-line, a compra de alimentos ainda não é prática habitual dos shoppers. Na China, o e-commerce desse segmento está crescendo. Segundo um levantamento feito pela empresa de pesquisa iResearch, conforme publicou o Wall Street Journal, os shoppers chineses aumentaram em 86% a compra de alimentos no último ano quando comparado com 2015.

De olho nesse setor, gigantes chinesas de e-commerce, como a Alibaba e sua principal concorrente, a JD.com, estão somando esforços para ganharem uma parcela desse mercado por meio de investimentos em um novo serviço de entrega. O serviço funciona como o Uber, só que para delivery, e é similar ao Instacart, startup de entrega de alimentos instalada no Vale do Silício (EUA) e avaliada em U$S 3,4 bilhões.

Assim como o Instacart, essas startups não contam com depósitos refrigerados e, em vez disso, elas enviam aos supermercados transportadores contratados (muitos deles com bicicletas elétricas) para supermercados, lojas de conveniência e pequenas lojas de varejo, onde a equipe empacota as mercadorias. Enquanto tais startups estão há pouco no mercado, elas têm ganhado força depois de investimentos da Alibaba e da JD.com.

Em centenas de cidades chinesas, os shoppers podem clicar em um aplicativo em seus smartphones e os alimentos estarão em suas portas dentro de uma hora. Uma única startup entrega pedidos de alimentos de mais de 60 lojas da rede Walmart na China. Essas startups fazem dinheiro por meio da cobrança de taxa para entrega e por comissões nas vendas pelos varejistas. As cobranças geralmente começam em cinco yuans (R$ 2,30) por pacote.

Os baixos custos na China e a cultura dos consumidores de já usarem aplicativos para pedirem refeições nos restaurantes dão às startups chinesas uma oportunidade de conquistarem a barreira de compra on-line de alimentos mais rapidamente que o Instacart ou outros serviços nos EUA, como a Amazon Fresh. E assim o modelo de negócio proposto por Alibaba e a JD.com tem potencial para interferir nos tradicionais formatos de entrega, com maior eficiência e custos menores.

(Por Revista Super Varejo) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM