Na semana em que os consumidores ainda estão confusos em relação à qualidade da carne brasileira, um novo teste da associação Proteste constatou adulteração em diversas marcas de azeite de oliva, algumas delas consideradas impróprias para consumo in natura.

De acordo com a entidade, de 24 marcas testadas, sete apresentam fraudes por conterem misturas de óleos vegetais e animais. “São produtos não indicados para o consumo, por exemplo na salada”, diz o diretor da Proteste, Henrique Lian. Uma das marcas não é extra virgem, embora a informação conste no rótulo.

As marcas adulteradas, segundo a entidade, são Tradição, Figueira de Foz, Torre de Quintela, Pramesa e Lisboa, todas importadas e apenas algumas envasadas no Brasil. Duas outras marcas conseguiram na Justiça liminares impedindo a divulgação de seus nomes.

“Não dá para saber se a fraude vem da origem ou se ocorreu no processo de envasamento”, informa Lian. O teste foi feito em laboratório de Portugal, credenciado pelo Ministério da Agricultura e pelo Conselho Oleícola Internacional.

Essa é a sexta edição da avaliação (a primeira foi em 2002), e alguns dos produtos, como o Tradição, o Pramesa e o Figueira da Foz são reincidentes.

Lian explica que o Ministério da Agricultura já emitiu multas aos produtores ou importadores de produtos adulterados, mas problemas persistem. “O Ministério refaz os testes e, muitas vezes, quando confirma o problema e pede a retirada do lote, o produto já foi vendido”.

Avanço. Ele ressalta, contudo, que houve melhora em relação ao teste feito no ano passado. Em 2016, de 20 marcas avaliadas, oito foram reprovadas, sendo quatro por fraudes na fórmula e quatro classificadas erroneamente, já que eram apenas virgens (e não extra virgem, que é o azeite feito com o esmagamento de azeitonas a frio).

Foram considerados de excelente qualidade os azeites O-live, Andorinha e Carbonell. Na lista de produtos com qualidade e melhor custo benefício estão O-live, Carrefour Portugal, Qualitá e Filippo Berio.

Também foram aprovados no teste os azeites Borges, Cardeal, Cocinero, Gallo, La Española, La Violetera, Taeq, Serrata, Renata e Broto Legal Báltico.

Em nota, a empresa Olivenza, envasadora do azeite Torre de Quintela, informou que irá “analisar o lote deste produto e verificar o ocorrido. Já estamos trabalhando para que este tipo de imprevisto não ocorra e se adequar dentro da legislação afim de oferecer um produto de qualidade.”

Representantes do Tradição, Figueira de Foz, Pramesa, Lisboa e Beirão não foram localizados pela reportagem.

(Por Estadão) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM