As vendas dos supermercados e de combustíveis iniciaram o quarto trimestre com fraqueza e o desempenho do setor varejista no Brasil em outubro foi o pior para o mês em oito anos, destacando a dificuldade de recuperação econômica mesmo diante dos sinais de descompressão da inflação.

Em outubro, as vendas no varejo do Brasil recuaram 0,8 por cento na comparação com o mês anterior, quarto mês seguido de perdas e pior leitura para o mês desde 2008, quando houve perdas de 1,1 por cento.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou ainda nesta terça-feira que as vendas apresentaram queda de 8,2 por cento na comparação com o mesmo período de 2015, a queda mais forte para outubro nessa base de comparação na série histórica iniciada em 2000.

As expectativas em pesquisa da Reuters eram de baixa de 0,7 por cento na comparação mensal e de queda de 8,2 por cento sobre um ano antes.

O varejo brasileiro vem mostrando dificuldades durante todo o ano em meio ao cenário de inflação e juros elevados.

“O setor varejista não mostra nenhuma reação nesse fim de ano com esse ambiente econômico. O comércio responde ao enfraquecimento do mercado de trabalho”, destacou a economista do IBGE Isabella Nunes.

No varejo restrito, segundo o IBGE, pressionaram o resultado as quedas de 0,6 por cento em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo e de 1,7 por cento dos Combustíveis e lubrificantes.

Na outra ponta, as vendas de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação subiram 7,1 por cento, enquanto que as de Outros artigos de uso pessoal e doméstico tiveram alta de 0,8 por cento.

Ainda segundo o IBGE, o varejo ampliado –que inclui veículos e material de construção– apresentou queda de 0,3 por cento em outubro sobre o mês anterior.

O cenário para o setor varejista não deve apresentar mudança em breve. O Índice de Confiança do Comércio brasileiro apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) voltou a cair em novembro.

(Por Exame) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM