A Marisa reportou um prejuízo líquido 72,2% maior no terceiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Ao todo, a varejista de moda registrou um rombo de R$ 46,4 milhões no período, mesmo fechando 15 lojas durante esses três meses.

O resultado é fruto da queda de 19,2% nas vendas. A receita líquida da varejista ficou em R$ 472 milhões, frente aos R$ 584,3 milhões do terceiro trimestre do ano passado. No conceito mesmas lojas – aquelas abertas há mais de 12 meses – o recuo foi de 16,1%.

“Nesse terceiro trimestre de 2016, o ambiente macroeconômico continuou exercendo forte efeito negativo sobre as vendas da Companhia. Nosso público alvo é o que mais sofre com os atuais patamares de inflação, juros e, em especial, desemprego. O ambiente inflacionário e de crédito caro estrangulam a renda disponível da nossa cliente e torna mais difícil a recuperação do nosso preço médio. O desemprego, por sua vez, tem se mostrado o principal fator correlacionado à redução de trafego verificada em nossas lojas”, explicou a varejista em relatório.

Segundo a empresa, até mesmo as temperaturas influenciaram na queda das vendas. “O período demasiado longo de temperaturas baixas também influenciou negativamente nas vendas, uma vez que mesmo após a virada de coleção, a demanda por produtos mais leves permanecia incipiente”, disse a companhia.

Apesar dos resultados negativos, a empresa afirma que começa a ver resultados em medidas focadas no ajuste operacional e melhoria da eficiência. Os estoques estão controlados. “A redução do patamar total de estoques obtidas nos últimos dois anos, permitiu a liberação de recursos financeiros da ordem de R$ 180 milhões”, afirmou a empresa. Em geral, companhia reduziu os estoques em 15,8% no trimestre.

As despesas com vendas e as despesas administrativas estão estáveis pelo terceiro ano seguido, o que fez a empresa economizar em torno de R$ 200 milhões em bases recorrentes. Além disso, o endividamento líquido caiu 11,4% no terceiro trimestre, para R$ 570,7 milhões.

Segundo a empresa, o foco é na continuidade dos esforços de melhoria da operação, principalmente tudo o que compreende as frentes de produto, ambiente de loja e experiência de compra e de marca.

“Queremos acelerar a recuperação do nosso desempenho de vendas e de resultado e queremos fazê-lo a partir das melhores práticas existentes para o varejo de vestuário no mundo. Mais que isso, queremos que a Marisa percorra uma trajetória de transformação que olha para o futuro e evita os erros cometidos no passado”, disse a varejista.

(Por NoVarejo – Camila Mendonça) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM