Mais segurança nas transações, campanhas de vendas via e-mail e maior presença nas ferramentas de busca. Essa é a receita de especialistas para que os lojistas fechem no azul neste final de ano. As estratégias também incluem entregas localizadas e investimentos em versões de sites para celular.

Segundo o Spending Pulse, indicador mensal de varejo da Mastercard, o volume de vendas no e-commerce teve aumento de 9,7% em 2015, comparado ao ano anterior. Mas, entre janeiro e agosto de 2016, o índice apontou evolução de apenas 3,8%, comparados a 10,8% registrados em igual período de 2015.

Valério Murta, vice-presidente de produtos da Mastercard Brasil e Cone Sul, diz que a falta de segurança nas transações ainda é uma das principais barreiras de consumo. “Para alavancar vendas, é fundamental reforçar as ferramentas de proteção.”

Com o intuito de eliminar o uso das senhas nas transações, a Mastercard deve oferecer recursos de autenticação de pagamento por biometria e via “selfie” de celular no primeiro semestre de 2017. Estudos da bandeira de cartão de crédito mostram que, no Brasil, 52% dos consumidores on-line abandonam o carrinho de compras quando esquecem a senha.

A especialista russa Anna Lebedeva, gerente de relações públicas da SEMrush, da área de business intelligence e presença on-line, afirma que as lojas devem dar descontos atrativos para os clientes. “O consumidor é como se fosse um embaixador da marca.”

Para orçamentos limitados, a dica de Lebedeva é investir no marketing via e-mail. “É grátis, fácil de controlar e traz mais retorno do que qualquer outro canal de relacionamento”, explica. Mas, para servir aos objetivos do negócio, a ferramenta precisa ter mensagem e visual alinhados à loja virtual.

A otimização em ferramentas de buscas (SEO, na sigla em inglês) também é uma alternativa para o ponto virtual ganhar visibilidade na internet. Na prática, a consequência da utilização das técnicas de SEO é o melhor posicionamento dos sites nos resultados das pesquisas. “A empresa não vai conseguir um alto tráfego de visitantes logo no primeiro dia, mas esse fluxo vai, gradualmente, aumentar.”

É bom pensar também em ações nas mídias sociais, que são gratuitas, lembra Lebedeva. O primeiro passo é criar páginas da marca em canais como Facebook, Twitter e Instagram. “Adicione um material interessante, com ofertas que os clientes vão apreciar. Os vídeos estão superando qualquer outro tipo de conteúdo.”

A especialista também sugere investimentos em vendas mais localizadas, ao invés de planos voltados somente para entregas nacionais. “Isso pode ajudar as empresas a se diferenciarem da concorrência, atingindo um nicho de compradores.”

É o caso do e-commerce de roupas para bebês Minibee, aberto há quase um ano. A companhia oferece um serviço de delivery para alguns bairros de São Paulo. “Entregamos na casa do cliente, sem custo, uma mala com mais de 50 peças, para serem escolhidas”, diz o diretor de operações Fabiano Bitencourt. Todo o contato é realizado via WhatsApp e as amostras são retiradas em 48 horas. A empresa fechou o mês de inauguração com 21 clientes e tem mais de 500 clientes ativos, com um faturamento médio mensal de R$ 20 mil. A meta é expandir o negócio no Rio de Janeiro e em Maringá (PR).

(Por Valor Econômico – Jacilio Saraiva) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM