O Bradesco e a empresa de comércio eletrônico Cnova Brasil, subsidiária indireta do Grupo Pão de Açúcar, negociam um acordo na área de cartão de crédito e serviços financeiros, como antecipou ontem o Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor. O acordo envolve um pagamento por parte do Bradesco de R$ 60 milhões para a Cnova Brasil, segundo fonte.

A Cnova é a segunda maior companhia de comércio eletrônico do país e opera os sites de redes varejistas como Casas Bahia, Ponto Frio e Extra.

No momento, a Bradescard é a parceira da Casas Bahia na emissão de cartões de crédito – a relação com o Bradesco com a rede é muito próxima desde a época em que a família Klein controlava a Casas Bahia – e a Itaucard trabalha hoje com a rede Ponto Frio e Extra.

Procurada, a empresa confirma o acordo operacional com o banco Bradesco e o Bradescard para oferta de produtos e serviços para o site da Casas Bahia.

Pelo negociado entre as partes, o Bradesco vai ampliar a oferta de determinadas vantagens para donos de cartões emitidos no site da Casas Bahia que, até então, existiam apenas para clientes das lojas físicas, como, por exemplo, parcelamento em até 14 vezes sem juros, segundo apurou o Valor.

De acordo com informações que circulam no mercado, as conversas com o Bradesco envolveriam ainda uma ampliação desse acordo para outros sites da Cnova – como Ponto Frio e Extra – operados pelo Itaú. A Cnova nega e informa que o Itaú continuará sendo o parceiro financeiro nos dois sites. Segundo a empresa, o acordo com o Bradesco já foi fechado.

Em dezembro de 2015, a Via Varejo anunciou a prorrogação de um contrato com o Bradesco para oferta de cartões e correspondentes bancários. Pelo acordo, a varejista estendeu o seu acordo com o banco até 2029 e recebeu adiantamento de R$ 703,7 milhões.

Na prática, pelo negociado, há uma extensão da parceria já existente entre o banco e a Via Varejo para a operação da Cnova, mas essa parceria não pode ser comparada com a existente com as lojas.

Isso porque os sites que fazem parte da Cnova Brasil são uma operação menor do que a das lojas da Via Varejo, que também operam correspondentes bancários.

De qualquer forma, a entrada de novos recursos no caixa da Cnova ocorrerá em um bom momento, considerando previsão de fluxo de caixa negativo na empresa até 2017, segundo recente material publicado pela Cnova ao mercado.

A Cnova Brasil passa por uma fase de ajustes e já anunciou plano para se unir à operação da Via Varejo para tentar criar uma operação mais integrada e eficiente. Nos números apresentados ao mercado, sobre ganhos potenciais gerados pela união de Cnova Brasil e Via Varejo, ainda não estava prevista a entrada dos R$ 60 milhões.

(Por Valor Econômico) varejo, núcleo de varejo, retail tal, ESPM